MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 31 de março de 2014

Quem ganha com a Copa no Brasil?


por
iG São Paulo
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA

Os dias a menos de trabalho na Copa do Mundo podem trazer prejuízo para muitas empresas, mas, por outro lado, a demanda adicional que os esperados 800 mil turistas estrangeiros devem atrair para o Brasil, aliada ao consumo durante os jogos, pode representar ganhos para diferentes setores da economia. É a cerveja com amendoim, a TV nova na sala para acompanhar a Seleção, a linguiça para o churrasco, entre outros produtos e serviços que vão ganhar espaço durante o Mundial.
Não são apenas os grandes patrocinadores do evento esportivos que calculam os ganhos que poderão ter com as ações de marketing, lançamentos de produtos e exposição de marca. Empresas de diferentes setores da economia, de multinacionais a pequenos negócios, esperam um crescimento adicional no ano. A venda de amendoins é um exemplo. As empresas do setor calculam que o faturamento deverá aumentar em 30% no mês da Copa.
Concentração  nas cidades sedes
A locadora de carros Hertz se prepara para o Mundial desde outubro do ano passado, quando iniciou a renovação de 30% de sua frota de 10 mil veículos. O investimento apenas foi finalizado em fevereiro deste ano, e foi o maior que a empresa já fez no País.
Para atender a demanda dos turistas, a Hertz também vai realocar veículos de parte de suas 40 lojas próprias para as unidades localizadas nas 12 cidades-sedes, incluindo aeroportos.
Nestas cidades, os estrangeiros serão atendidos por equipes bilíngues. São desde atendentes até diretores que falam inglês, entre outras línguas.
Como resultado, é esperado um crescimento de 20% da receita no mês do evento. "A Copa do Mundo deve representar uma grande fatia dos lucros no Brasil", conta o diretor de Marketing da locadora no Brasil, John Salagaj.
Grande parte da frota da Hertz já foi reservada para o período. "A expectativa é que todos os carros já estejam reservados até 40 dias antes da Copa", diz o executivo. A maior procura é para cidades as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Recife.
Televisores maiores vendidos pelo craque
Com o craque da Seleção, Neymar Júnior, como garoto-propaganda, a fabricante de televisores Panasonic irá lançar uma linha de TVs especialmente para o período.
A companhia se prepara desde o início do ano passado para diluir uma produção maior de TVs com o objetivo de conseguir entregar nas lojas 60% do volume dos produtos do ano ainda no primeiro semestre. Em anos tradicionais, acontece o contrário: 60% do volume de vendas se concentra no segundo semestre, perto do Natal.
Para isso, a fabricante corre para entregar os produtos nas lojas até maio. "Realizamos uma redistribuição de clientes e otimizamos depósitos", conta Claudio Nadanovsky, especialista em marketing de produto da empresa. A equipe de vendedores da empresa nas lojas será maior este ano do que em 2013.
A empresa aposta em TVs com telas maiores, de 39 polegadas, e conteúdo relacionado à internet, com preço de cerca de R$ 2 mil.
O executivo espera um crescimento do faturamento adicional por conta do evento, mas é realista. "As manifestações preocupam, pois interferem nas vendas nas lojas".
Ações nos clientes para vender mais
A marca Sadia, da BRF, é uma das patrocinadoras da Seleção desde o ano passado. Na última semana, iniciou uma campanha que tem como chamariz o treinador Felipão e irá distribuir prêmios, como camisetas oficiais. Paralelamente, a empresa irá vestir produtos com embalagens temáticas, nas cores verde e amarelo.
Marcelo Assaf, gerente de marketing responsável pela marca Sadia na BRF, espera um aumento de vendas dos produtos relacionados à ocasião, como a linguiça para churrascos, além de congelados, como pizza e nuggets. "A marca Qualy também deve ter um peso importante, pois tem um papel importante na campanha".
A empresa investiu, para o período, em publicidade, promoções, ações em pontos de venda, mídia e produtos licenciáveis. "Para a marca, é importante a associação com uma paixão brasileira e o esporte", completa Assaf.
A empresa de alimentos também deve trabalhar com metas de vendas para determinados produtos e recompensar bares e restaurantes que atingi-las no segmento de food service. Uma das ações, por exemplo, irá consistir em oferecer um enxoval temático, e decorar o estabelecimento de verde e amarelo.
Festa montada para o consumidor
O bar Eu, Tu, Eles, localizado em pleno centro empresarial de São Paulo, a Avenida Brigadeiro Faria Lima, se prepara para o aumento de clientes durante o Mundial.
Rejiani Pizarro, gerente do bar, conta que a expectativa é montar a estratégia já na próxima semana. "Com base na Copa das Confederações, esperamos que os negócios aumentem 40% durante o campeonato", conta. Rejiani não cita investimentos, mas diz que irá buscar negociar com parceiros e fornecedores.
O empreendimento, que já exibe os principais jogos de campeonatos nacionais todas às quartas-feiras e aos domingos e tem dois telões de 60 polegadas, pensa em investir em um terceiro telão, que será instalado em um ambiente ao ar livre. O objetivo é exibir tanto jogos do Brasil quanto de outras seleções.
É provável que o bar abra até às segundas-feiras, dia de folga, para exibir os jogos, principalmente se o time que entrar em campo for o do Brasil. Para se diferenciar da concorrência, a ideia é realizar promoções temáticas, que podem incluir brindes.
O cardápio do Eu, tu, eles já mudou: foram incluídas fotos dos produtos vendidos e uma coluna com uma segunda língua, o inglês. Tudo para facilitar a comunicação com os gringos.
Apoio de cliente para atrair estrangeiros
Com vista para a Baía de Guanabara, e localizado no bairro considerado o coração do Rio, o Hotel Santa Teresa já está com leitos esgotados durante todo o mês do evento. Todos os hóspedes serão estrangeiros e, entre eles, circularão presidentes de grandes empresas da Europa.
Os quartos foram reservados para um cliente francês, dono de uma agência de viagens, desde 2012, com o objetivo de revendê-los no exterior. O empreendimento aumentou as tarifas de R$ 1,3 mil para R$ 1,9 mil no período e recebeu o pagamento na hora.
Monica Paixão, diretora geral do hotel, agora se prepara para lidar com uma ocupação total do empreendimento, que, em geral, gira em torno de 80%.
Será possível faturar ainda mais. O pacote prevê um consumo mínimo dos hóspedes. Mas, caso os clientes resolvam ampliar a compra de produtos e serviços, o ganho será do hotel. "Esperamos um crescimento de 30%, ainda que outros segmentos nos quais atuamos, como o mercado de casamento, fique suspenso durante o período da Copa".

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