MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 30 de novembro de 2014

Boletim médico informa que Youssef passa bem após ser hospitalizado


Boletim foi divulgado às 18h15 deste sábado (29) pelo Hospital Santa Cruz.
Esta é a quarta vez que Youssef passa mal depois de ser preso.

Do G1 PR
Doleiro Alberto Youssef, em depoimento nesta segunda-feira (10), em Curitiba (Foto: Reprodução)Doleiro Alberto Youssef está preso desde março
deste ano, em Curitiba  (Foto: Reprodução)
Um boletim médico divulgado pelo Hospital Santa Cruz, em Curitiba, por volta das 18h15 deste sábado (29), informou que o doleiro Alberto Youssef, que precisou ser hospitalizado após passar mal na carceragem da Polícia Federal (PF), está consciente e apresenta bom estado geral, mas que não há previsão de alta.
Ainda segundo o boletim, o doleiro está "realizando exames complementares para elucidação diagnóstica". De acordo com o hospital, Youssef chegou na tarde deste sábado com um "quadro de elevação de temperatura corporal".
Segundo o advogado que o representa, Antônio Figueiredo Basto, o doleiro teve queda de pressão, sente dores abdominais e está febril. Youssef foi levado para o hospital por volta das 14h30. Esta é a quarta vez que Youssef passa mal na prisão e precisa ser levado para o hospital.
"Eu estive com ele na quinta-feira (27) e me assustei com o quanto ele está debilitado. Há um tempo estamos tentando a remoção dele. Ele está desnutrido e tem uma doença crônica. Vamos esperar a avaliação do hospital agora", disse Basto. Conforme o advogado, desde que Youssef foi preso, ele emagreceu 20 quilos.
Youssef foi internado na tarde deste sábado (29) após passar mal na carceragem da PF, em Curitiba (Foto: Reprodução)Youssef foi internado na tarde deste sábado (29) após passar mal na carceragem da PF, em Curitiba (Foto: Reprodução)
Última etapa da delação premiada
Na quinta-feira (25), Youssef prestou o último depoimento do acordo de delação premiada firmado com o Ministério Público Federal (MPF). O depoimento teve quase seis horas de duração e foi, segundo a PF, a última etapa antes de a Justiça decidir se homologa, ou não, o acordo, segundo a PF. Segundo Basto, a partir do último depoimento a expectativa é de que a homologação do acordo de delação seja feita em até 10 dias - mas não há prazo oficial.
As colaborações do doleiro foram cruciais para o desdobramento das investigações, por isso há intenção de obter benefícios significativos, segundo o advogado. “Ele faz jus a um prêmio em razão daquilo que ele tem colaborado com a Justiça, e com a própria utilidade para que se levantasse o tamanho dessa situação toda, que é espantosa, não podemos negar isso. É um escândalo de corrupção que eu não me lembro de tamanha envergadura neste país”, afirmou Basto.
 
Lava Jato
A Operação Lava Jato investiga um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões e provocou desvio de recursos da Petrobras, segundo investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.
A nova fase da operação policial teve como foco executivos e funcionários de nove grandes empreiteiras que mantêm contratos com a Petrobras que somam R$ 59 bilhões.
Parte desses contratos está sob investigação da Receita Federal, do MPF e da Polícia Federal. Ao todo, 25 pessoas foram presas pela PF durante esta etapa da operação.
Porém, ao expirar o prazo da prisão temporária (de cinco dias, prorrogáveis por mais cinco), na última terça (18), 11 suspeitos foram liberados. Outras 13 pessoas, entre as quais o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, continuam na cadeia.
Quem é Alberto Youssef
A Operação Lava Jato surgiu a partir de uma ação em um posto de gasolina, em Brasília, onde também funcionava uma casa de câmbio e uma lavanderia. De acordo com a Polícia Federal, era uma medida específica para atingir doleiros e a lavagem de dinheiro sujo. No dia 17 de março, quando a operação tornou-se pública, entre dezenas de presos, estava Alberto Youssef, que é considerado pela polícia o “maior operador financeiro do país”. O nome do doleiro, por exemplo, está ligado ao caso Banestado, que teve o desvio de mais R$ 30 bilhões a paraísos fiscais.
Youssef foi vendedor de pastel nas ruas de Londrina, cidade do norte do Paraná. Ainda adolescente, começou a contrabandear eletrônicos do Paraguai. Foi detido cinco vezes com muamba. As viagens constantes para o país vizinho o levaram a mexer com câmbio. Em 2004, foi preso, pagou uma multa recorde na época, de R$ 1 milhão, e aceitou falar abertamente sobre o esquema ilegal. Foi um dos primeiros criminosos do país a fazer um acordo de delação premiada. Com o acordo, a polícia acreditava que Youssef estava fora do mundo do crime, mas as investigações apontaram em sentido oposto.
O doleiro circulava livremente pelos corredores do poder. Em Londrina, conheceu José Janene, deputado federal morto em 2010 e condenado no escândalo do mensalão. Youssef, de acordo com a polícia, sofisticou o esquema de lavagem de dinheiro. Além de enviar recursos para paraísos fiscais, ele montou uma rede de empresas de fachada para intermediar pagamentos de propina e firmar contratos fraudulentos com estatais. A Lava Jato, diz a polícia, quebrou esse esquema.
Enquanto o alvo eram os doleiros, a Operação Lava Jato investigava transações de milhões de reais. O salto para os bilhões veio com a prova da ligação entre Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. O esquema de corrupção na estatal envolveu contratos que somam R$ 89 bilhões. A dupla escorregou em um detalhe: um carro registrado no endereço de Alberto Youssef, em nome de Paulo Roberto Costa - na placa o ano de nascimento do ex-diretor da Petrobras.

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