MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 30 de novembro de 2014

Criminalista alerta para risco da operação "Lava Jato" ser anulada


Aline Louise - Hoje em Dia


Antônio Cruz/Agência Brasil
KAKAY
KAKAY - “O juiz, ao proibir os réus de falarem, está usurpando a competência do Supremo”

A sétima fase da operação “Lava Jato” corre risco de nulidade por falhas no processo. A afirmação é do advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, ex-defensor do doleiro Alberto Youssef e um dos criminalistas mais demandados do país. Segundo ele, a conduta do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo processo na primeira instância, pode configurar usurpação de competência.
 
O advogado Alberto Zacharias Toron, defensor do empresário Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, afirmou na semana passada que o juiz, durante interrogatórios em processos decorrentes da operação, impedia que os réus citassem nomes de políticos sob investigação com foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF) apenas “para conservar a competência de primeiro grau”.
 
Kakay explica que o juiz, nesta fase, deve tomar os depoimentos normalmente, e caso sejam citados nomes de figuras com foro privilegiado, isso deve ser encaminhado ao STF, que é o responsável por decidir o que fazer. “Não é apenas o fato de a pessoa ter o foro privilegiado que tem o direito de ser julgado no Supremo. O Supremo é que decide o que deve ficar lá e o que deve ser desmembrado. Não é o juiz de primeiro grau quem decide o que vai ficar lá. O que me parece que Moro está fazendo é decidindo o que vai ficar e o que vai descer, e não é assim que funciona. Quem decide aquilo que vai ficar no Tribunal Superior é o Tribunal Superior. O juiz, ao proibir os réus de falarem, está usurpando a competência do Supremo”, esclareceu.
 
De acordo com Kakay, dependendo do “grau de usurpação da competência”, todo o processo pode ser prejudicado. Ele citou como exemplo o caso do ex-senador Demóstenes Torres, que defende perante o Superior Tribunal de Justiça. Kakay conseguiu uma liminar do ministro Sebastião Reis suspendendo a ação penal que tramita contra Demóstenes defendendo a tese de que todas as supostas provas colhidas contra o ex-senador são ilegítimas, sob a alegação de que houve usurpação da competência do STF.
 
Kakay disse ainda que tem “convicção” de que vai conseguir anular todas as ações movidas contra o ex-senador. “A forma como ele (Moro) está agindo pode gerar nulidade em todo o processo se tiver usurpação de competência”, reforçou Kakay.
 
Por meio de um despacho, o juiz Moro classificou de “fantasiosa” a tese levantada pela defesa do executivo da UTC, de que ele estaria ocultando nomes de políticos supostamente envolvidos no esquema de corrupção na Petrobras. De acordo com o magistrado, não há agentes políticos sob investigação na Justiça Federal do Paraná.
 
Demóstenes Torres e Carlos Cachoeira
 
O ex-senador Demóstenes Torres (DEM-GO) foi acusado de utilizar o mandato para beneficiar o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que chegou a ser preso acusado de comandar um esquema exploração de jogos ilegais. Demóstenes negou envolvimento com os negócios de Cachoeira, mas ainda assim acabou tendo o mandato cassado pelos colegas de parlamento em julho de 2012. A cassação foi aprovada por 56 senadores, outros 19 foram contra e houve cinco abstenções.
 
Na defesa do ex-senador, o criminalista Kakay alegou que houve ilegalidade nas interceptações telefônicas que deram fundamento à acusação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário