MEDIÇÃO DE TERRA

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domingo, 30 de novembro de 2014

Setor de enfeites de Natal passa ao largo do pessimismo


Tatiana Moraes - Hoje em Dia


Flávio Tavares/Hoje em Dia
Enfeites de Natal
Casas tradicionais continuam crescendo as vendas, suspentada pela paixão dos mineiros pela data

O clima de pessimismo econômico entoado por muitos não afetou as vendas de enfeites natalinos. Lojas tradicionais da cidade, que chegaram a vender 20% a mais em 2013 na comparação com 2012, estão surpresas com o resultado deste ano, superior ao registrado nas festas passadas. O bom desempenho tem uma explicação simples: a paixão do brasileiro pelo Natal.
 
“Muitos fazem desta celebração um momento mágico e grandioso, principalmente quando o assunto é a decoração”, afirma o proprietário da Casa Maia, Alexandre Maia.
 
É o caso do administrador Walter Vasconcelos Júnior, morador do bairro Mangabeiras. Por ano, ele investe aproximadamente R$ 35 mil em artigos natalinos. E quem pensa que decoração de Natal se resume a árvores e bolas se engana. Um dos cômodos da casa de Walter, por exemplo, é dedicado exclusivamente ao imenso presépio que ele possui.
 
“Natal é a única festa do ano, a única ocasião, em que mais é mais”, brinca.
 
Embora o investimento seja alto, o administrador comenta que o amor pela data passa longe do “comercial”. Segundo ele, que fazia compras da decoração acompanhado dos irmãos, a montagem dos artigos reúne a família todos os anos e é uma tradição herdada dos avós. “Nossos avós e pais nos transmitiram esses costumes, todos tão cheios de significados”, comenta.
 
Símbolo
 
Católico, ele explica que a árvore é símbolo do Natal porque deu flores e frutos quando Jesus nasceu. Já a guirlanda, que enfeita as portas, simboliza a união de Deus com os homens. O presépio, que também não pode faltar, de acordo com Vasconcelos Júnior, lembra as famílias da importância da reza diária.
 
Há três anos sem decorar a casa com tanto entusiasmo, a aposentada Ciomara Vasconcelos, irmã de Walter, foi contagiada pelo clima festivo. Investiu R$ 1.850 em uma árvore nova, ponteira e luzinhas. “Sempre decorei a casa, mas este ano estou mais empenhada”.
 
Na casa da designer de interiores Berta Cabobiango o Natal também não passa em branco. Anualmente, ela desembolsa cerca de R$ 800 para renovar a decoração.
 
“Este ano, aproveitei uma viagem ao exterior para comprar algumas coisas”, comenta. O tema de 2014 na casa de Berta são os bichinhos. Os netinhos, de quase 1 ano e 6 anos, aprovaram. “As crianças ficam muito felizes com as decorações e os enfeites dão outra vida na casa”, afirma.
 
Comércio oferece do básico ao sofisticado
 
Além dos produtos básicos de decoração para o Natal, o proprietário da Casa Maia afirma que personalizar a decoração e inovar faz toda a diferença.
 
“Os espelhos decorados têm sido uma opção interessante para enfeitar a casa”, lembra. A partir de R$ 2,5 mil é possível enfeitar um espelho com bastante sofisticação.
 
Maia cita as luzes de led (a R$ 32, cem lâmpadas) e um boneco de neve para decorar a área externa, iluminado com led e produzido com plástico reciclado (R$ 698) como diferenciais. Além de bonitas, as peças consomem menos energia.
As luzinhas de pilha também chegaram pra ficar. Com elas, é possível iluminar guirlandas, árvores de mesas e outros objetos sem necessidade de usar a eletricidade.
 
As mamães noéis ganharam espaço. Em falta no mercado e com mais riqueza de detalhes, elas custam mais do que a imagem do bom velhinho. Na Casa Maia, uma imagem de aproximadamente meio metro sai por R$ 650.
 
As árvores temáticas seguem em alta. Seja de jardinagem, como a montada por Cláudia Travesso da Casa Futura, ou de zoo, com animais silvestres, escolher um tema para o Natal ainda é preferência dos apaixonados pela data. “Muita gente planeja, neste ano, o Natal do ano que vem”, comenta.
 
Ritmo de vendas superou previsão conservadora
 
A proprietária da Casa Futuro, Cláudia Travesso, foi surpreendida pelo bom desempenho das vendas. Depois de vender 22% a mais em 2013 ante 2012, ela previa para este ano alta mais modesta, em torno dos 6%.
 
Mas o movimento surpreendeu e essa meta foi batida na semana passada. O que vier de agora até o Natal será vendas acima da expectativa inicial.
 
“Como a economia não ia bem, achávamos que se vendêssemos mais do que ano passado já estava ótimo. Mas vamos vender bem mais”, comenta.
 
Estoque
 
As árvores de Natal foram o primeiro item a acabar na Casa Futura. Até hoje, a empresária faz compras para repor o estoque. “E olha que compramos muitos produtos e muitas árvores”, enfatiza.
 
A loja comercializa objetos variados, de todos os preços. No local, é possível encontrar desde enfeites de R$ 1,50 até um Papai Noel de resina de aproximadamente R$ 3 mil.
 
Porcelana
 
Além das decorações tradicionais, como árvores e enfeites, a Casa Futuro comercializa itens para a mesa que, de acordo com a proprietária, são as vedetes de 2014.
 
No mix estão sousplats, espátula para bolo, paliteiro, faquinhas para queijo e porcelanas chinesas, que estão em falta no mercado.
 
“Comprei toda a porcelana natalina que consegui com o objetivo de estocar. Eu sabia que o direito antidumping do setor ia atingir em cheio o Natal. E no Brasil, não produzimos porcelanas de Natal. Por isso, me antecipei”, afirma. Na loja, é possível achar canecas de louça a R$ 9. Jogo de pratos de sobremesa sai a R$ 92.
 
História perpetuada
 
Apesar de comerciante, Cláudia comenta que o interessante do Natal é guardar peças para serem usadas nos anos seguintes.
 
O objetivo é conduzir a celebração adiante. “Muita gente chega na loja querendo renovar tudo. Não aconselho. Natal é tempo de recomeço, mas temos que levar a história à frente”, diz a empresária, formada em psicologia.
 
Além do negócio na Casa Futuro, Cláudia Travesso é responsável pela decoração de seis cidades, incluindo Belo Horizonte.
A empresária também trabalha com a customização natalina de empresas, por meio de aluguel de itens. Este ramo registrou aumento de 20% na comparação com 2013.

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