MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 31 de janeiro de 2015

PIOR DOS MUNDOS




PIOR DOS MUNDOS
Economista Marcos Coimbra
Professor, Membro do Conselho Diretor do CEBRES, Titular da Academia Brasileira de Defesa e Autor do livro Brasil Soberano.
            No último debate ocorrido nas eleições presidenciais do ano passado, a então candidata Dilma declarou: “as suas medidas, candidato Aécio, nós já conhecemos bem. São aquelas do PSDB. As mesmas de sempre... O senhor irá aumentar impostos e cortar verba na educação, além de mexer no direito dos trabalhadores e isso eu não vou fazer nem que a vaca tussa”. E a vaca tossiu. De início, a presidente reeleita nomeou como ministro da Fazenda o economista Joaquim Levy, o qual havia participado da campanha do senador Aécio e foi classificado por Christiane Lagarde como: “Ele é um Davos Man”. E ainda mais: “Eu estou encantada de ver o novo ministro da Fazenda e estou encantada com o fato de ele ser um ex -funcionário do FMI. Ele é muito competente.”
            Setores mais radicais do PT já começaram a disparar contra o novo ministro, acusando-o de ser um “neoliberal” e criticaram duramente Dilma, acusando sua administração de adotar uma postura defendida pelo candidato dito de oposição, “derrotada nas urnas”. E os primeiros dias da nova/velha administração petista estão sendo de amargar para o sofrido povo brasileiro. O “pacote de maldades” é mais cruel, porque o exemplo deveria vir de cima. Ou seja, é moral e eticamente inaceitável, a concessão de generosos reajustes para integrantes do Executivo, do Legislativo e do Judiciário, enquanto o “ajuste econômico” consiste em “sugar quem vive do trabalho e salário. Todas as medidas lançadas para aumentar a arrecadação do governo ou redução dos seus gastos configuram uma política antissocial”, segundo o respeitado jornalista Jânio de Freitas.

           Se não vejamos: 1- o veto à correção de 6,5% da tabela  de imposto de renda aprovada pelo congresso, já qualificado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco  Aurélio como confisco, pois implica em redução de salários; 2 – O triplo aumento da energia; 3 – o aumento tríplice de impostos que incidem sobre os combustíveis, que provocará o acréscimo nos preços da gasolina e do diesel, diminuindo o poder de compra dos usuários dos transportes públicos, além do prejuízo aos proprietários de veículos particulares; 4 – a minirreforma previdenciária, através da edição de medidas provisórias (MPs) que tornarão mais rigoroso o acesso da população a uma série de benefícios previdenciários, entre eles seguro-desemprego, auxílio doença  e pensão por morte.

Quanto aos dois primeiros, de fato era correto coibir excessos e abusos, causados principalmente pela ausência de controle adequado. Porém, no caso da pensão por morte, o remédio foi exagerado. O segurado, que já pagou contribuição até sobre 20 salários mínimos (SM) e atualmente por 10 SM, possui o direito de questionar a validade de sua contribuição ao INSS, pois já é prejudicado quando recebe de aposentadoria mais de 1 SM. Exemplificando, no ano em curso será reajustado em 5,7%, abaixo da taxa oficial de inflação, enquanto os beneficiários da “bolsa família” foram agraciados com um aumento real, pois tiveram seus benefícios aumentados em 10%.  Aqueles que recebem 1 SM tiveram um reajuste de 8,8%. Como este processo acontece todos os anos, já há muito tempo, a tendência é a de que todos os segurados do INSS percebam ou 1 SM ou pouco mais do que isto, tenham contribuído ou não para a previdência oficial.

Agora, tungam até as viúvas, inclusive cortando suas pensões, com base em critérios altamente discutíveis e reduzindo para a metade a miséria que irão receber por ora, dependendo dos humores das futuras administrações. Paga o justo pelo pecador, por causa das fraudes.  O mais correto seria então facultar ao trabalhador a possibilidade de não descontar obrigatoriamente para o INSS, desde que receba mensalmente também  a contribuição do empregador, ficando sob sua responsabilidade a aplicação destes recursos em fundos capazes de garantir sua sobrevivência na aposentadoria. Quem aceitasse as regras voláteis dos sucessivos “governos” permaneceria no sistema em vigor, continuando a ser explorado.

E a lista de maldades continua, reforçada pelas administrações estaduais e municipais, as quais, baseadas no exemplo maior, correm a reajustar exageradamente as tarifas dos transportes públicos, tributos e outros, bem acima da inflação anunciada. Não é possível sua análise individual neste espaço limitado. Mas revolta constatar que quem paga a conta é o trabalhador. Enquanto isto, os banqueiros se locupletam apropriando-se do impressionante volume de R$ 1,002 trilhão de reais para o pagamento de juros e amortizações da dívida, em 2014, sacrificando todas as demais rubricas orçamentárias, segundo a Auditora Maria Lucia Fattorelli. E seus lucros aumentam a cada ano. É a “bolsa banqueiro”.

Ex-governadores usufruem de polpudas aposentadorias, sem a devida contribuição, além de segurança e carros oficiais. Dilma poupa 18 bilhões de reais com a “minirreforma previdenciária” e concede 4 bilhões aos cartórios, no mesmo dia. Os gastos em publicidade oficial extrapolam todos os limites no ano eleitoral. Os 39 ministérios e assemelhados continuam a subtrair recursos da saúde, da educação, da segurança, dos transportes etc., em nome do “presidencialismo de coalizão”.   Estima-se que a corrupção, computando-se o “mensalão”, o “petrolão” e os escândalos que vão surgir envolvendo “doações” a empreiteiras nacionais, generosas contribuintes de campanhas eleitorais, em obras no exterior para sistemas políticos “companheiros”, que nunca serão ressarcidos, atinja a cifra de um trilhão de reais. Apagão de energia e falta de água. Extermínio da esperança. Que país é este? Falta vergonha. A oposição sumiu? Está insuportável!

Correio eletrônico: mcoimbra@antares.com.br
Página: www.brasilsoberano.com.br (Artigo de 27.01.15-MM).

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