MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Indústria goiana é destaque nacional em inovação


Empresários têm apresentado projetos de relevância nacional que ajudam no desenvolvimento da economia sustentável e da alta tecnologia no Estado
JORNAL O HOJE - GO

Ideias que valem ouro. Assim podemos definir inovação. Esse pensamento de criar ou transformar produtos, meios de produção e serviços tem contribuído para o desenvolvimento da indústria goiana. Só entre 2009 e 2015, 26 projetos conseguiram recursos da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) para financiar projetos nesta área. Ainda de acordo com os números da Fieg, neste ano, oito dos 80 projetos abraçados pela entidade em âmbito nacional para financiamento são de Goiás.
No Estado existem inovações que vão desde fabricação de stents - tubos para desobstrução de artérias - a equipamentos de reaproveitamento de água em canteiros de obras. Goiás não tem mais que 100 patentes, mas só a indústria já conseguiu 16 delas junto ao Instituto Nacional de Patente Industrial (Inpi).
Um dos exemplos é um equipamento, ainda em fase de testes, desenvolvido pela Toctao engenharia com apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). O dispositivo “de baixo custo” faz reaproveitamento de até 80% da água gerada em canteiros de obras.
A capacidade do aparelho, segundo a empresa, é de tratar até 200 litros de água, proveniente da limpeza de equipamentos, do banho dos colaboradores e da limpeza dos caminhões, a cada 25 minutos. “Nas obras nós temos chuveiros para os trabalhadores. Tem obras que são até 600 pessoas, agora imagine o consumo de água”, provoca a coordenadora de meio ambiente da empresa, Cinthia Martins.
Depois de tratada, a água pode ser utilizada para a preparação de argamassas, regar jardins, para limpar equipamentos e o canteiro de obras. Para se ter ideia do impacto da inovação, a construção civil é responsável pelo consumo de 16% de água. “A inovação representa também uma conscientização para os operários, nós vemos que eles entendem a importância de economizar água e levam isso para a vida deles, não só para o canteiro de obras”, destaca Cinthia.
Medicina
“A gente se perguntou: Por que o Brasil não poderia produzir isso?”. “Isso” são stents e a pergunta é do sócio-proprietário da Scitech, Melchíades da Cunha Neto. A empresa é fabricante de produtos médicos hospitalares minimamente invasivos de alta tecnologia, uma das poucas no mundo a trabalhar com equipamentos como os stents. “Nós procuramos ter um produto com preço competitivo e o nosso foco é ter produto de excelente qualidade que possa competir de igual para igual com os importados”, afirma.
O empresário explica que a empresa tem uma forte política de pesquisa e inovação que conta com parcerias com universidades e institutos para alcançar maior “valor agregado”.
Esses exemplos explicam o desempenho da indústria goiana quando o assunto é inovação. As duas últimas edições da Pesquisa de Inovação Tecnológica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) demonstraram que Goiás está à frente do País quando o assunto é novas práticas. Entre 2006 e 2008, aproximadamente 38% das indústrias goianas apresentou alguma inovação em produtos ou processos, mesmo índice do País. Na edição seguinte, que considerou o período de 2009 a 2011, o índice de Goiás saltou para 47%, já o nacional reduziu para 35%.
 Brasil ainda não tem índice de inovação
O governo federal ainda trabalha para elaborar um indicador capaz de medir o resultado da inovação no Brasil. Em novembro do ano passado, pesquisadores, especialistas e técnicos da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e do IBGE estiveram reunidos, na sede da agência, para discutir alternativas. A coordenação da iniciativa está a cargo do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI).
O governo do Estado de Goiás lançou no último dia 2 de outubro o Programa Estadual de Inovação e Tecnologia - Inova Goiás. A iniciativa prevê investimentos de cerca de R$ 1 bilhão até 2018 em ações no setor privado e também no público.
Mito
Os especialistas ouvidos por O HOJE avaliam que grande parte dos empresários brasileiros enxerga a inovação como sendo o desenvolvimento de máquinas ou algo distante dos negócios e caro. Segundo eles, isso dificulta a criação de novas práticas que podem ser produtos, serviços, sistemas de atendimento, entre outros, como explica o especialista em gestão do conhecimento na inteligência e inovação do Instituto de Pós-Graduação e Graduação (IPOG), Marcelo Roncato. “A inovação tem a capacidade de aproximar aquilo que as pessoas precisam da empresa, fazer com que meu produto chegue ao meu cliente”, ressalta. (Deivid Souza)

Nenhum comentário:

Postar um comentário