MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 28 de agosto de 2016

STF recebe inquérito com suspeita de que Romário cometeu crime ambiental


MP aponta irregularidade na construção de quadra de futebol e futevôlei.
Senador do PSB diz que fez 'pequenas adequações' e que não gerou dano.

Mariana OliveiraDa TV Globo, em Brasília
O senador Romário (PSB-RJ) fala durante durante sessão para votação da admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado, em Brasília (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)O senador Romário (PSB-RJ) é acusado pelo MP do Distrito Federal de ter causado danos diretos e indiretos a uma Área de Preservação Ambiental (APP) às margens do Lago Paranoá (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)
O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu uma investigação, iniciada pela Polícia Civil do Distrito Federal, que aponta a suspeita de que o senador Romário (PSB-RJ) – tetra campeão mundial pela Seleção – cometeu crime ambiental ao construir quadras de futebol e de futevôlei em uma casa às margens do Lago Paranoá, no Lago Sul, bairro nobre de Brasília.
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios alega que há "fortes indícios" de que o senador do PSB tenha causado danos ambientais na reforma da residência que ele aluga desde 2012. Como Romário tem foro privilegiado, a Quarta Promotoria de Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio Ambiental enviou o caso ao Supremo e pediu que a investigação tenha prosseguimento.
Por sorteio, a investigação foi distribuída para o gabinete do ministro Teori Zavascki, do STF. Inicialmente, caberá ao magistrado encaminhar o procedimento ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que analisará se pede ou não a continuidade do inquérito para que Romário seja formalmente investigado. Para ser aberta, a apuração precisará ser autorizada por Teori, relator do caso.
Por meio da assessoria, Romário afirmou que fez pequenas adequações no terreno e que não provocou danos ao meio ambiente.
"Romário não construiu as quadras, até porque já existiam ali. Realizou apenas pequenas adequações depois que alugou o imóvel. Enquanto o píer foi autorizado pela Marinha, ao passo que, a toda prova, se houve algum dano ambiental, ocorrera antes mesmo da locação do imóvel, não podendo ser a ele imputada", diz trecho da nota divulgada pela assessoria do senador fluminense.

Entenda o caso
O inquérito foi aberto pela Polícia Civil do Distrito Federal em 2013. Desde então, foram feitas visitas ao imóvel e ouvidas testemunhas.
A representante da dona do imóvel afirmou ao MP que o local foi alugado para Romário em 1º de novembro de 2012 "sem as supostas benfeitorias" questionadas pelos promotores. Ainda de acordo com a interlocutora da proprietária da casa, o senador "construiu por sua conta" o campo de futebol.
A Promotoria aponta danos diretos ao local – que é uma Área de Preservação Ambiental (APP) –, como impermeabilização da superfície do solo, e danos indiretos, como impedimento da renegeração da vegetação e aumento do escoamento superficial de águas pluviais, classificado de impacto paisagístico.
"Extrai-se da leitura do caderno apuratório que há fortes indícios de que o senador Romário de Souza Faria tenha causado danos ambientais em Unidade de Conservação e, em razão das referidas construções tenha impedido e dificultado a regeneração natural da vegetação", diz a promotora Luciana Leitão, responsável pela investigação do caso na primeira instância.
No inquérito, Luciana ressaltou que, como senadores só podem ser investigados e processados no Supremo, o caso teria que ser submetido ao tribunal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário