Aline Valadares
A TARDE
Quando
se quer comemorar algo, come-se em grupo. Nesse ritual da
comensalidade, muitas pessoas criam laços com as que estão ao redor, e
depois, ao experimentar de novo o mesmo alimento, a lembrança do que foi
vivido anteriormente continua ali, latente.
O
lugar em que se teve a união dos sabores e afetos é certamente
percebido como um aconchego. Ao reconhecer a importância do alimento em
Cachoeira, o secretário de Turismo deste município, André Reis, e a
curadora Ivana Souto tiveram a ideia de realizar a primeira edição do
Festival Gastronômico de Cachoeira.
O
diferencial do alimento em Cachoeira, no Recôncavo, é sua associação
com o samba. “Mostrar a importância do samba de roda a partir dos
sabores da maniçoba” é um dos objetivos, segundo Reis.
Com
o tema Pescado e agricultura familiar, que recebeu o slogan Essa
mistura vai dar samba, o evento acontece a partir de hoje, às 17 horas, e
segue até 5 de novembro. Restaurantes, bares e lanchonetes, no total de
24, se reúnem para oferecer um prato, cada, a ser servido no festival.
“A
escolha do tema é pelo que é mais forte na região do Recôncavo, na
comunidade”, declara Stela Maris, a chef responsável pela comida dos
encontros. Conhecida pelo seu trabalho no restaurante Casa da Mãe com
comida do Recôncavo, no dia da abertura ela apresenta o seu bolinho de
estudante, que tem até a variação doce.
Cachoeira é samba
Os
responsáveis pelo festival pretendem também prestar uma homenagem aos
100 anos de samba, por meio da Dama Dalva, uma das principais
referências musicais de Cachoeira, conforme Reis.
Ele
conta ainda que a festa é dividida em samba de roda, de mesa e de
cozinha, assim como sabores de Cachoeira, Recôncavo, Bahia, além de ter
uma ‘moeda de sururu’ que pode ser trocada por um real em um posto
colocado no local.
Com
o lançamento de um Mapa de Gastronomia de Cachoeira, hoje, no evento,
Reis afirma: “O principal objetivo é movimentar os restaurantes e os
hotéis”.
Na origem da resistência
A
partir desta sexta-feira, vai acontecer o Festival de Ostra no quilombo
Kaonge, em que cada prato custa R$ 15. Depois, a programação volta para
a sede em Cachoeira, com workshops, talk shows e oficinas de cachaça e
vodka.
Cada
restaurante participante cobra pelo prato oferecido, com valores que
variam entre R$ 5 e R$ 85. O festival tem a realização da Prefeitura
Municipal de Cachoeira e Conselho Municipal de Turismo, com a produção
da Ong Roda Baiana e apoio da Abrasel, Senac e Governo da Bahia.
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