MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Nove universidades federais somam déficit de R$ 400 milhões em 2015


Levantamento do G1 avaliou situação das 15 maiores em oferta de vagas.
UFRJ tem o maior valor acumulado: R$ 125 milhões.

Do G1, em São Paulo (*)
Obra de novo alojamento estudantil paralisada na UFRJ. (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)Obra de novo alojamento estudantil paralisada na UFRJ. (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)

Nove das 15 maiores universidades federais acumularam déficit de quase R$ 400 milhões em 2015, segundo levantamento do G1 (veja tabela e dados abaixo). Só a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) fechou o ano com déficit de R$ 125 milhões, o maior no levantamento.

Problemas na oferta de serviços, falta de material básico e capacidade limitada para políticas de apoio estudantil são efeitos imediatos da crise.

A cifra parcial com exatos R$ 393,8 milhões é uma amostra de como os cortes impostos pelo Ministério da Educação (MEC) em 2015 afetaram o balanço das maiores entre as 63 universidades federais.

Segundo a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), ao menos um terço das federais pediu socorro ao MEC para fechar as contas no ano passado. O corte atingiu, de modo geral, 10% do valor de custeio e 50% dos investimentos previstos nos orçamentos de todas as universidades federais.
Déficit acumulado
Levantamento mostra situação das maiores instituições a partir do critério de  oferta de vagas.
universidadedéficit125.000.00083.516.03160.000.00033.000.00025.000.00023.000.00022.800.00012.700.0008.788.379UFRJUTFPRUNBUFPAUFMSUFGUFMGUFPEUFPB0M50M100M150M
FONTE: universidades federais

* Também procuradas pelo G1, UFAM, UFPR, UFBA e UFRN dizem ter fechado 2015 sem déficit apesar dos cortes do MEC. A UFF não deu informações e a UFSC diz que só terá o dado ao fim do mês.
** Levantamento considerou as 15 instituições que mais vagas oferecem no país, segundo Inep.
O MEC diz que, após reuniões e acompanhamento do impacto das medidas, liberou mais de R$ 200 milhões para 45 das 63 federais. Os cortes  foram o resultado de contingenciamento no Orçamento de 2015 por causa da crise financeira no Brasil: o MEC teve R$ 9,42 bilhões bloqueados.
Administradores das universidades, especialistas e representantes dos estudantes apontam soluções que vão desde a necessidade de novas estratégias para captação de recursos até a cobrança de maior empenho do MEC na ajuda a universidades que ampliaram serviços nos últimos anos.
Situação na UFF e UERJ
O levantamento do G1 não considera a situação da Universidade Federal Fluminense (UFF). A instituição não retornou os pedidos da equipe de reportagem, que agora aguarda dados via Lei de Acesso à Informação (LAI).

Entretanto, apesar de não entrar na lista inicial por ser bancada pelo governo estadual, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) também vive momento de crise financeira.
A instituição evita usar a palavra déficit para explicar a diferença entre o orçamento e os pagamentos pendentes, mas admitiu, via Lei de Acesso à Informação (LAI), ter R$ 1,04 bilhão de despesas empenhadas de 2015 que ainda precisam ser quitadas. E já prevê dificuldades com o contingenciamento de R$ 530 milhões, metade do orçamento previsto para 2016, por causa da crise financeira no estado.
Vista geral do prédio do Hospital Universitário Clementino Fraga, da UFRJ, no campus Fundão. Hospital foi inaugurado em 1º de março de 1978. (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)Vista geral do prédio do Hospital Universitário Clementino Fraga, da UFRJ, no campus Fundão. Hospital foi inaugurado em 1º de março de 1978. (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)
Origem da crise na UFRJ
No caso da UFRJ, o pró-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento, Roberto Antônio Gambine Moreira, diz que os problemas da instituição já começaram nos cortes de 2014 e foram ampliados pelo aumento de custos.
O déficit tem relação muito forte com o contingenciamento ocorrido no orçamento da UFRJ em 2014, na ordem de R$ 70 milhões, somado ao ‘tarifaço’ aplicado na conta de energia elétrica, que dobrou a conta da UFRJ sem aumento de consumo na mesma proporção, nem suplementação orçamentária voltada para esse fim"
Roberto Antônio Gambine Moreira,
pró-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento da UFRJ
“O déficit tem relação muito forte com o contingenciamento ocorrido no orçamento da UFRJ em 2014, na ordem de R$ 70 milhões, somado ao ‘tarifaço’ aplicado na conta de energia elétrica, que dobrou a conta da UFRJ sem aumento de consumo na mesma proporção, nem suplementação orçamentária voltada para esse fim”, afirma Moreira.
Por sua vez, o MEC afirma que, em 2015, a UFRJ teve o maior orçamento entre todas as federais, recebendo o equivalente a 5,77% do total liberado às outras instituições.  Além disso, a pasta lembra que a UFRJ recebeu R$ 21.122.506,00, o equivalente a 10,56% dos recursos destinados à suplementação orçamentária das federais no ano passado.

"Para reduzir o déficit em 2016, a UFRJ precisa intensificar as suas ações para continuar melhorando a gestão e a eficiência no uso de recursos", informou o MEC em nota.

Nesta semana, alunos de odontologia protestaram contra a falta de materiais básicos para atender pacientes. Nesta terça-feira (23), o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, no Fundão, cancelou cirurgias por pane em elevadores. No fim de dezembro, por causa do déficit, já tinha suspendido consultas e cirurgias eletivas, anunciando que só faria cirurgias de emergência.

Assim como na UFRJ, outras universidades do país viram os cortes afetar o funcionamento de atividades básicas e ao menos um terço das instituições federais de ensino superior reivindicaram ao MEC complementos para não terminar o ano no vermelho, segundo dados da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior.

O déficit de R$ 240 milhões, quando aplicado sobre o orçamento dessas oito universidades, soma 3% dos 9,1 bilhões do orçamento inicial previsto pelo MEC. Apesar do percentual baixo, o corte incide justamente sobre a parcela do orçamento que não está comprometida com a folha de salários, que é o maior gasto das universidades.
Subsolo do Instituto de Química da UFRJ: tubulação velha aparente, com sujeira e entulho em pontos do prédio. (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)Subsolo do Instituto de Química da UFRJ: tubulação aparente, sujeira e entulho. (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)
Levantamento nacional
O levantamento do G1 considerou as 15 maiores universidades brasileiras pelo critério de oferta de vagas: UFF, UFRJ, UFPB, UFPA, UNB, UFRN, UFBA, UFSC, UFPE, UTFPR, UFMG, UFG, UFPR, UFAM, UFMS, UEMA, USP, UNESP, UERJ e UEG.

Para a equipe de reportagem, UFAM, UFPR, UFBA e UFRN dizem ter fechado 2015 sem déficit apesar dos cortes do MEC. Tanto nos casos dessas federais quanto as que declaram ter tido déficit, a saída para fechar o balanço é complementar a diferença com receitas próprias ou rolar o pagamento de compromissos para o exercício posterior.
Também com alto índice de déficit em 2015, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) fechou o ano de 2015 com saldo negativo de R$ 83,5 milhões. No ano anterior, em 2014, esse déficit foi de R$ 28,9 milhões.
A instituição informou, no entanto, que no ano passado foi possível revisar o planejamento e deixaram de ser executadas obras de ampliação do campus, como a construção de biblioteca, laboratório e salas de aulas. Além do repasse do governo, a UTFPR possui outras receitas provenientes de aluguéis e produções vegetais e animais.
Não (será suficiente para equilibrar as necessidades da instituição), necessitamos uma suplementação na dotação orçamentária de 2016 na ordem de R$ 170 milhões"
Roberto Antônio Gambine Moreira,
pró-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento da UFRJ
Variações no orçamento
Na soma total, a previsão orçamentária para as 15 universidades analisadas no levantamento do G1 apresentou aumento em 2016. No ano passado elas somaram previsão de 17,2 bilhão. Neste ano, o previsto é de R$ 17,4 bilhões.
Entretanto, a variação positiva não é apontada como solução. No caso da UFRJ, o aumento previsto é de 5%. “Não (será suficiente para equilibrar as necessidades da instituição), necessitamos uma suplementação na dotação orçamentária de 2016 na ordem de R$ 170 milhões”, afirma o pró-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento, Roberto Antônio Gambine Moreira.
“É fundamental que possamos avançar no debate sobre a matriz de distribuição de recursos, para que a UFRJ supere suas necessidades orçamentárias”, defende Moreira, que apesar disso ressalta que o MEC vem liberando “cotas de limite de empenho” que mantiveram o funcionamento no período em que está ocorrendo a reposição de aulas decorrente da greve em 2015.
Um dos diretores do DCE e conselheiro Universitário da UFRJ pela bancada discente, o estudante de história Raphael Almeida defende a repactuação financeira do governo federal com as universidades. "Com essa situação de cortes, a gente passa do ruim para o horrível", afirma.
O estudante avalia que o problema não é só da UFRJ, lembrando que outras universidades sofreram corte e atrasos de bolsas, paralisação na ampliação de alojamentos estudantis e precarização do serviço de restaurantes universitários.

"50% de vagas de ingresso precisam dessa política de permanência”, defende o estudante, lembrando que a nova reitoria da UFRJ havia comprometido na ampliação do atendimento.
Se alunos apontam problemas, os professores que realizaram greve de três meses em 2015 fazem coro. Para a diretora do Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), Olgaíses Cabral Maués, os cortes no orçamento aprofundaram os problemas que também afetam o corpo docente.
“A crise na carreira dos professores não surgiu em 2015 com os ajustes no orçamento, mas foi aprofundada. Não há abertura de novos concursos, os salários estão achatados e a carreira está desestruturada”, afirma Olgaíses.
Multidão de pessoas no campus da UnB, em Brasília (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)Movimentação na UnB: recursos próprios diminuíram déficit. (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
O ano passado foi tão complicado que até a taxa de câmbio acabou afetando"
César Augusto Tibúrcio Silva,
decano de Planejamento e Orçamento da UNB
Universidade de Brasília
Na Universidade de Brasília (UNB), os cortes iniciais de R$ 81,2 milhões acabaram em um déficit de R$ 60 milhões. De acordo com o decano de Planejamento e Orçamento da UNB, César Augusto Tibúrcio Silva, o valor só não se transformou em dívida com os fornecedores porque a universidade usou recursos de superávit acumulado em outros anos para quitar os compromissos.

"O ano passado foi tão complicado que até a taxa de câmbio acabou afetando", explicou o decano. Ele explicou que a UNB chegou a cotar prejuízo de R$ 1 milhão com a variação do dólar na importação de equipamentos para pesquisa. "A diferença saiu dos nossos recursos", explica César Augusto Tibúrcio Silva, que aponta que a UNB conta com receita vinda de alugueis de imóveis.

A principal receita para diminuir o impacto dos cortes foi a renegociação de contratos com prestadores de serviços. A contratação da equipe de limpeza, por exemplo, foi alterada de um modelo que considerava postos de trabalho e passou a contratar serviços, levando para a terceirizada a necessidade de gerir também os insumos para o trabalho.

Para 2016, a equipe de planejamento da UNB ainda aguarda a definição de se eventuais novos cortes vão afetar a instituição. "A gente não sabe quanto que isso (corte) vai representar em termos de valor. Estamos finalizando fevereiro sem ter noção de quanto será o corte em investimento. Isso acaba gerando uma insegurança."
Apesar dos dilemas, o decano da UNB ressalta ter visto colaboração do MEC. "O diálogo está funcionando", diz Tibúrcio.
Uma mulher passa por um prédio da Universidade Estadual do Rio de Janeiro ocupado por estudantes. As aulas, paralisadas há 21 dias, serão retomadas nesta quarta-feira (16) (Foto: Tânia Rego/Agência Brasil)Uma mulher passa por um prédio da Universidade Estadual do Rio de Janeiro ocupado por estudantes. As aulas, paralisadas há 21 dias, serão retomadas nesta quarta-feira (16) (Foto: Tânia Rego/Agência Brasil)
Entre as estaduais, rombo e crise na UERJ
Por meio da Lei de Acesso à informação, a UERJ relatou ao G1 ter R$ 1.043.092.289, 00 em despesas empenhadas,  que seriam "valores a serem pagos referentes à 2015". Além disso, o orçamento aprovado para 2016 é de R$ 1.124.856.510,00, mas R$ 530.668.516,00 estão contingenciados por causa da crise financeira do estado.
No fim de dezembro, pouco tempo depois de aulas serem suspensas por insalubridade, alunos ocuparam prédio do campus Maracanã contra atrasos nos pagamentos dos salários e bolsas.

À época, além dos atrasos em bolsas estudantis, funcionários da universidade e da empresa de limpeza, que presta serviço à Uerj, também estavam sem receber. O movimento levou à suspensão das aulas e ao anuncio da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) de que investigaria os contratos de serviços terceirizados da Uerj.

A gente tem que racionalizar o quanto puder com as empresas terceirizadas. Não se cogita redução de bolsas de maneira nenhuma"
Ruy Garcia Marques, reitor da Uerj
Nesta terça-feira (23), o novo reitor da Uerj, Ruy Garcia Marques, diz que a maior parte do déficit da instituição é com empresas terceirizadas de manutenção, vigilância e que prestam serviços de alimentação à universidade.
Apesar disso, ele deu valores inferiores ao prestado pela própria UERJ via LAI. "Não é uma dívida, são restos a pagar que ficaram de 2015, deve estar entre R$ 60, 70 milhões. A ideia é que tenhamos um calendário que se desenrole a partir de março, para que se pague, ao mesmo tempo, o mês vigente e o mês anterior", afirmou durante café da manhã com jornalistas.

"A gente tem que racionalizar o quanto puder com as empresas terceirizadas. Não se cogita redução de bolsas de maneira nenhuma”, disse. O reitor usou como exemplo a rescisão do contrato, nesta semana, da empresa que faz a limpeza no Hospital Pedro Ernesto. "Os funcionários da empresa anterior não vinham comparecendo e limpeza é essencial, sobretudo num hospital”, disse Marques.
Crise persiste na USP
Em São Paulo, o maior problema financeiro é o da Universidade de São Paulo (USP), que é custeada com receitas do governo estadual, destinada a partir de arrecadação de ICMS. A instituição, considerada a melhor universidade brasileira em rankings internacionais, fechou as contas de 2014 com déficit de R$ 1 bilhão.

Ao final de 2015, esse déficit foi de R$ 900 milhões. A perspectiva para 2016 é de que a instituição feche o ano com déficit de R$ 543 milhões. A USP aponta que apenas a folha de pagamento da instituição exige, todos os meses, quase todo o orçamento. Do total do orçamento para 2016, de R$ 5,2 milhões, serão destinados R$ 4,8 bilhões para este fim, o equivalente a 97,4%.

Em 2014, a USP lançou um plano de demissão voluntária para tentar reduzir este custo. Foram 1.433 adesões e uma redução de 4,4% dos gastos com folha de pagamento. Também informou que suspendeu novas contratações, revisou e renegociou contratos.
A atual crise financeira obrigou a universidade a paralisar obras. Estão sendo feitas somente ações emergenciais, como as relacionadas ao Museu Paulista (que completará em agosto o terceiro ano fechado sem que as reformas tenham de fato começado) e à USP Leste. Como alternativa, também foi aprovado no fim do ano passado, um programa que prevê que ex-alunos da USP façam doações em dinheiro ou móveis, ou ainda, patrocinem reformas.
Se o governo vive uma recessão fiscal e por um momento conjuntural não tem condições de suplementar, a escola tem de captar. Se a receita é menor do que a despesa, não tem de haver constrangimento em buscar novas receitas"
Sandro Cabral,
professor do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper)
Novas fontes de receitas
Sandro Cabral, professor do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) e licenciado da Universidade Federal da Bahia (UFBA), diz que o momento é propício para criar oportunidades para que as instituições arrecadem receitas próprias e não dependam apenas do repasse do governo.
“Se o governo vive uma recessão fiscal e por um momento conjuntural não tem condições de suplementar, a escola tem de captar. Se a receita é menor do que a despesa, não tem de haver constrangimento em buscar novas receitas”, diz.
Cabral cita como uma das alternativas, por exemplo, a criação de cursos de mestrados profissionais que podem ser cobrados. “Pode ser uma porta para alavancar recurso. O excedente pode ser utilizado para cobrir certos gastos que a fonte do tesouro não cobre.”
Em nota, o MEC disse que, no ano passado, as universidades arrecadaram R$ 573.458.304 em recursos próprios.

"Com as recentes alterações na Lei de Inovação, assim como com a aprovação de Projeto de Lei autorizando a realização de cursos de especialização pagos nas Universidades Federais, a tendência para os próximos anos é de aumento desta arrecadação", informa o MEC.
Outra forma de driblar a crise e otimizar os gastos, segundo o professor do Insper, é revisar e fiscalizar os contratos terceirizados, que geralmente abocanham os serviços de vigilância e limpeza. Até no corpo docente há espaço para reestruturações, na visão de Cabral.
“Um professor de dedicação exclusiva que não produz pesquisa tem de dar uma maior quantidade de horas aulas. Há espaço para racionalização e otimização, fazendo com quem trabalhe pouco, trabalhe mais”, afirma Cabral.
(Recurso próprio) não é bom a custo de qualquer coisa. Somos contra cursos pagos na universidade. Não admitimos, porque daí para se criar um espírito de privatização não custa"
Raphael Almeida,
integrante do DCE-UFRJ
Doações de ex-alunos também seriam opção de captação de receita. Cabral lembra que nos Estados Unidos é muito comum ex-alunos doarem grandes montantes às instituições onde se formaram. Em contrapartida ganham salas que levam seus nomes ou de empresas que representam.
“Isso é visto com reserva por universidades públicas, por acharem que abre uma porta para a privatização. Mas é necessário reduzir o nível de dependência do governo federal.”
O temor existente no meio é confirmado no posicionamento do estudante de história da UFRJ. "(Recurso próprio) não é bom a custo de qualquer coisa. Somos contra cursos pagos na universidade. Não admitimos, porque daí para se criar um espírito de privatização não custa", finaliza Raphael Almeida.
(*) Colaboraram G1 DF, G1 GO, G1 MS, G1 MT, G1 AL, G1 BA, G1 CE, G1 MA, G1 PB, G1 PE, G1 PI, G1 RN, G1 SE, G1 AP, G1 AC, G1 AM, G1 PA, G1 RR, G1 RO, G1 TO, G1 ES, G1 MG, G1 RJ, G1 PR, G1 RS e G1 SC.

Dárcy veta WhatsApp e limita acesso de jornalistas em unidades de saúde


Proibição de celulares e redes sociais também vale para escolas municipais.
Decretos foram publicados após prefeita citar desacato em Ribeirão Preto.

Do G1 Ribeirão e Franca
Dárcy Vera citou locais que não integram mais programação da Feira do Livro (Foto: Adriano Oliveira/G1)Dárcy proibiu WhatsApp e restringiu jornalistas em unidades de saúde de Ribeirão (Foto: Adriano Oliveira/G1)
Dois decretos publicados pela Prefeitura de Ribeirão Preto (SP) na última semana proíbem o uso de telefones celulares, entre outros equipamentos que permitem acesso a redes sociais, como o WhatsApp, em unidades básicas de saúde e escolas municipais.
O pacote de medidas também prevê restrição ao acesso de profissionais de imprensa aos postos de atendimento, que poderão ingressar apenas mediante autorização prévia da Coordenadoria de Comunicação Social.

A proibição do uso do aplicativo de mensagens via internet tinha sido antecipada por posts publicados pela prefeita Dárcy Vera (PSD) há dez dias, quando ela relatou um suposto caso de desacato por parte de servidoras na Unidade Básica Distrital de Saúde (UBDS) do bairro Quintino Facci II.
De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura, devem ser instauradas em breve as sindicâncias para apurar a conduta de duas funcionárias envolvidas.
Questionada sobre a restrição de jornalistas nas unidades de saúde, áreas tidas como públicas, a administração municipal afirmou que os postos não são um local público e de livre circulação.
Celular em escolas
No decreto de número 32, publicado no Diário Oficial do município na sexta-feira (26), a administração municipal proíbe o uso de telefones celulares, tablets, mp3 e outros aparelhos eletrônicos que permitam acesso às redes sociais por professores, servidores e alunos durante o horário das aulas.
A exceção será a utilização dos equipamentos para fins pedagógicos.
A determinação do Executivo estabelece que os funcionários que descumprirem a legislação poderão ser alvos de orientação funcional, que funciona como uma advertência e fica arquivada nos registros do servidor - passíveis de serem consultados para fins de estágio probatório, avaliações de desempenho e procedimentos disciplinares.
Aos alunos estarão previstas medidas disciplinares, previstas no Regimento Escolar.
Sem WhatsApp na saúde
A mesma proibição é prevista em outro decreto, de número 33. Neste, os servidores públicos não poderão utilizar aparelhos celulares e equipamentos similares com acesso à internet enquanto estiverem em serviço nas unidades de saúde, o que vale também para pacientes durante consultas e exames.
Além disso, Dárcy decretou que todos os funcionários dos postos de saúde estejam "devidamente identificados por jaleco e/ou crachá funcional".
O decreto também prevê orientação funcional - além de procedimentos previstos no Estatuto do Servidor - aos funcionários que desrespeitarem a determinação, mas não estabelece penalidade para pacientes.
Restrição à imprensa
Em um dos artigos do mesmo decreto, Dárcy não permite a entrada de jornalistas sem que esta aconteça mediante autorização dos assessores de imprensa da administração municipal.
"O ingresso de profissionais de veículos de comunicação nas unidades de saúde deverá se fazer mediante autorização prévia da Coordenadoria de Comunicação Social, ouvindo o responsável pela Secretaria da Saúde", determina a Prefeitura.
Prefeitura
O G1 questionou se a medida em relação à imprensa não se caracteriza como uma forma de censura ao trabalho dos jornalistas. Em nota, a assessoria de imprensa da Prefeitura informou que as unidades não são um local público e de livre circulação.
"Elas são locais de atendimento a pessoas doentes que necessitam de privacidade, respeito e organização", disse a assessoria de imprensa.
"O decreto é apenas uma medida de organização e regulamentação e não é diferente do que já existe em outras instituições de saúde pública como Hospital das Clínicas, Hospital Estadual, Santa Tereza, Matter, entre outros".

Vendas dos supermercados caem 19,64% em janeiro


Setor iniciou o ano em um ambiente econômico considerado ruim, que resultou em desemprego e inflação em alta, reduzindo a renda disponível do consumidor
JORNAL O HOJE - GO


As vendas do setor de supermercados em valores reais caíram 19,64% em janeiro, na comparação com fevereiro, de acordo com dados divulgados hoje (29) pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), na capital paulista. No acumulado do ano, as vendas tiveram queda de 3,38% em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo os dados, em valores nominais as vendas caíram 18,62% em relação ao mês anterior e, quando comparadas a janeiro de 2015, houve alta de 7,02%. No acumulado do ano, as vendas nominais cresceram 7,02%.
De acordo com a Abras, o setor iniciou o ano em um ambiente econômico considerado ruim, que resultou em desemprego e inflação em alta, reduzindo a renda disponível do consumidor. “A isso se combinou um quadro de incertezas econômicas que causou impacto nas vendas do autosserviço. Mas, enquanto o cenário não melhora, os empresários do setor continuam trabalhando para melhorar a  eficiência, para manter seus funcionários e oferecer mix e preços competitivos ao consumidor”, disse o presidente do Conselho Consultivo da Abras, Sussumu Honda.
A cesta Abrasmercado, que abrange 35 produtos de largo consumo, registrou alta de 2,99% em comparação a dezembro de 2015 e alta de 17,44% em relação a janeiro do ano passado. As maiores quedas foram do leite em pó integral (-1,51%), frango congelado (-1,08%), carne dianteiro (-1,05%) e creme dental (-1,03%). No sentido oposto aparecem cebola (23,01%), tomate (21,62%), farinha de mandioca (17,76%) e açúcar (10,23%).
A Região Norte registrou o maior aumento, ao passar de R$ 474,86 para R$ 494,04 (4,04%), assim como o Nordeste que também aumentou 4.-4%, ao passar de R$ 379,82 para R$ 395,17. Em seguida aparecem o Centro-Oeste, com elevação de 3,18%, passando de R$ 424,46 para R$ 437,96, o Sul, que aumentou 2,10% (de R$ 481,20 para R$ R$ 491,29) e o Sudeste, que aumentou em 2,10% o valor da cesta (de R$ 426,55 para R$ 433,92). (EBC) (Foto: Gabriel Rosa/ SMCS/ fotos públicas)

Plano de saúde do Correios pagou prótese peniana para mulher


Alvo de denúncias de superfaturamentos e desvios que ultrapassam R$ 21 milhões, segundo cálculos da Polícia Federal (PF), o antigo plano de saúde do Correios, chamado Correios Saúde, foi extinto em 2014. Em seu lugar, a estatal lançou o Postal Saúde, prometendo mais controle e fiscalização dos procedimentos. Mas não é o que se tem visto. Um inquérito do Núcleo de Repressão a Crimes Postais, da PF, reúne documentos que mostram o descontrole nos gastos do dinheiro público. Um deles se refere a serviços pagos pelo novo plano de saúde dos quais consta uma prótese peniana para o tratamento de uma mulher. Segundo a investigação, a funcionária do Correios procurou a emergência do Hospital Israelita Albert Sabin, na Tijuca, em novembro do ano passado, queixando-se de enxaqueca. Na descrição do material que teria sido usado, há itens suspeitos como uma prótese peniana, além de um medicamento para “secar” o leite em mulheres que amamentam, Dostinex; e uma tala sintética, usada para imobilização ortopédica. A funcionária, que teve descontada no contracheque parte do valor do atendimento, denunciou a irregularidade ao setor de saúde do Correios. Os valores lançados no documento revelam ainda discrepâncias em relação aos preços praticados em licitações públicas. É o caso da seringa descartável 10ml, que custou R$ 3,20 ao plano de saúde do Correios. Licitações realizadas pelo portal Compras.net mostram que o preço varia entre 12 centavos e 50 centavos, dependendo da quantidade negociada. O medicamento Profenid custou aos cofres públicos R$ 13,86. No Compras.net, o valor de mercado varia entre 95 centavos e R$ 10,37, mais uma vez, dependendo do volume comprado. Quanto à prótese peniana semi-rígida maleável, o valor cobrado de R$ 47,50 está longe do preço praticado nas licitações: entre R$ 1.269 e R$ 3.500. Fazia parte do Conselho Deliberativo do Postal Saúde o ex-diretor regional do Correios no Rio Omar de Assis Moreira. O executivo foi denunciado pelo Ministério Público por envolvimento em fraudes no plano de saúde e foi demitido do serviço público. (Extra)

Após Grã-Bretanha, República Tcheca ameaça sair da UE

Presidente do país se disse favorável a referendo sobre o tema

 O presidente da República Tcheca, Milos Zeman, afirmou que é favorável em criar um referendo sobre a saída do país da União Europeia, ao estilo do que a Grã-Bretanha fará em junho. Em entrevista ao portal "Parlamentnilisty ", o mandatário falou sobre o bloco e sobre a política para imigrantes implantada com a ajuda da Alemanha.
    "Eu sou da parte que é contrária à saída da União Europeia, mas sou adversário daqueles que querem impedir a possibilidade de uma votação sobre a questão", destacou Zeman.
    Segundo uma pesquisa realizada pela agência Stem, e publicada pelo jornal "The Telegraph", três quintos da população tcheca afirma estar "infeliz" na União Europeia e 62% disseram que votariam contra o sistema de cotas imigratórias imposto pelo bloco ao país.
    A fala de Zeman é um reflexo de uma entrevista dada pelo primeiro-ministro tcheco, Bohuslav Sobotka, que afirmou na semana passada que "se a Grã-Bretanha deixar a União Europeia, nós poderemos esperar debates sobre abandonar a UE em alguns anos". Para ele, se os britânicos optarem pelo "sim" no dia 23 de junho, isso terá "um provável grande impacto" em todas as nações europeias.
    Ao citar os "erros" da chanceler alemã Angela Merkel, Zeman afirmou que sua nação não está querendo "iniciar uma nova Guerra Fria", mas voltou a pedir o controle de fronteiras para identificar os imigrantes. Segundo ele, a Alemanha "deveria ter teto zero para solicitações de asilo", mas "Merkel é generosa".
    O mandatário ainda afirmou que a cultura islâmica é "incompatível" com a europeia, por isso refuta aceitar tantos estrangeiros do Oriente Médio.
    A grande diferença entre os tchecos e os britânicos são as motivações para deixar o bloco. Enquanto os últimos apontam questões econômicas e de poder de veto dentro da União Europeia, Praga tem na crise imigratória sua principal objeção à política do grupo.
    O país é membro do chamado Viségraad (V4), ao lado de Hungria, Polônia e Eslováquia, e critica como a UE está lidando com a crise imigratória - a maior desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Segundo esses países, a Grécia é a principal responsável por não controlar corretamente suas fronteiras e deixar passar milhares de pessoas sem nenhum tipo de identificação.
    O V4 é defensor ferrenho da volta dos controles nos postos de fronteira de cada Estado-membro, colocando em risco o Tratado de Schengen, que define a livre circulação de pessoas e mercadorias no bloco econômico. A "briga" do grupo é causada por eles fazerem parte da famosa "Rota dos Balcãs", que começa em território grego. De lá, os imigrantes partem à pé em uma rota pela Macedônia, Sérvia, Croácia, Eslovênia com destino final na Áustria ou na Alemanha. (ANSA)

'El País': Para se segurar no cargo, Cunha oferece benesses a deputados

Aliados do peemedebista no Conselho de Ética recebem série de promessas


Matéria publicada nesta segunda-feira (29) no El país, comenta o visível desespero de Eduardo Cunha para se manter no poder. O presidente da Câmara está oferecendo benefícios para ganhar os votos dos deputados. Vagas em comissões parlamentares. Relatoria de projetos relevantes. Promessas de apoio em eleição de líderes de bancadas. Essas são algumas das propostas feitas a deputados da tropa de choque de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para que seu processo no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados seja arquivado.
A reportagem alerta que, oficialmente, nenhum dos possíveis beneficiados admite as trocas de favores. Mas as mudanças de membros dentro do conselho e as movimentações de bastidores mostram que, mesmo fragilizado, Cunha ainda articula intensamente para se manter na cadeira de presidente e, claro, também na de deputado.
O jornal espanhol conta que há quatro meses, ou 52 dias úteis nas regras do Legislativo, tramita no conselho um processo por quebra de decoro parlamentar contra o peemedebista. A representação não chegou a ser admitida, ou seja, Cunha ainda está longe de ter qualquer pedido de punição analisado, porque uma série de manobras (por parte de seus aliados) e de erros grotescos cometidos pela presidência do Conselho de Ética só conseguiram atrasar o processo.
Segundo El País, o Presidente da Câmara estaria oferecendo benefícios para ganhar votos dos deputados
Segundo El País, o Presidente da Câmara estaria oferecendo benefícios para ganhar votos dos deputados
Enquanto isso, a tropa de choque do peemedebista e seus opositores contam votos. Há uma clara divisão no órgão, formado por 21 conselheiros titulares. São dez votos para cada lado e o de minerva para o presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PSD-BA). A maioria dos dez parlamentares que já sinalizou votar a favor de Cunha, e contra a abertura do processo, recebeu algum tipo de promessa, conforme o EL PAÍS apurou com deputados que transitam tanto entre a tropa de choque do peemedebista quanto entre seus opositores.

Identifique os 7 sinais de uma possível demissão


Hoje em Dia


Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Emprego carteira de trabalho

A crise na economia tem levado muitas empresas a demitirem trabalhadores. Para evitar surpresas, é importante compreender o que acontece e saber identificar as situações. Em alguns casos é possível, até, reverter uma demissão.
Confira sete destes sinais:

1. Dificuldades econômicas do setor onde a empresa atua

O setor onde a empresa em que você trabalha está em crise? Estão ocorrendo demissões em outras empresas? A direção da empresa já comunicou uma redução de orçamento? Esses são indicativos de que a crise pode chegar à empresa a qualquer momento, daí porque é importante estar preparado.

2. Seu chefe reclama do seu trabalho constantemente

Se o seu chefe tem chamado sua atenção com frequência, apontando problemas reais ou irreais em seu trabalho, então é bom tentar uma conversa franca com ele. Pergunte onde você está falhando e como pode fazer para melhorar. Esse tipo de insatisfação é um indicador de que ele pode estar considerando sua dispensa.

3. Você está isolado

As pessoas no trabalho não te chamam para almoçar ou te ignoram na hora do convite para o happy hour. Se isso ocorre, você está isolado e esse pode ser um fator que vai pesar na hora de definir uma dispensa. Há um ditado antigo que diz: quem tem amigos não morre pagão. Pois é: na nossa cultura, ser pagão é o fundo do poço. Entenda as razões pelas quais as pessoas não estão de chamando e tente mudar essa realidade.

4. Você não está sendo envolvido em novos projetos

Se a empresa tem novos projetos e você não está sendo envolvido, verifique primeiro se você deveria ser envolvido nesse projeto. Se sim, esse é um claro indício de que a empresa pode não considerar você no futuro da organização e apenas está aguardando o momento certo para dispensá-lo. Nesse caso, converse com seu chefe e tente entender o que está acontecendo.

5. Seu chefe está se reunindo direto com sua equipe

Este é o mais forte indicativo de que as coisas podem estar perto do fim para você na empresa onde você atua. Não deixe essa situação se arrastar. Peça para falar com seu chefe, exponha seu desconforto e pergunte as razões disso. Pergunte também se você está falhando em algo e se pode mudar as coisas.

6. As pessoas reclamam do seu comportamento

Se os seus colegas costumam reclamar do seu comportamento, para você ou para outros, esse é um sinal de perigo. Pessoas irritadiças, que respondem de modo atravessado ou grosseiro, que têm sempre palavras ásperas para dizer, não são queridas e podem ser as primeiras a serem desligadas. Avalie suas atitudes.

7. Você diz não, não, não

Se você é daqueles que sempre diz "não" a qualquer situação, cuidado. Normalmente, pessoas que resistem a mudanças têm tendência a dizer "não" a tudo o que é proposto. Se você diz "isso não vai dar certo" com frequência, pode ser que você não esteja se encaixando aos planos de mudança da empresa, o que coloca seu emprego em risco.

Contato com água do rio Doce traz risco para saúde, alerta médicos


Ana Lúcia Gonçalves - Hoje em Dia


Leonardo Morais/Hoje em Dia
rio doce sujo de lama
Mesmo com as intensas chuvas, Rio Doce continua tingido de lama

A presença de metais pesados na água bruta do rio Doce, contaminado pelos rejeitos da barragem Fundão, em Mariana, que rompeu dia 5 de novembro do ano passado, foi confirmada por mais um laudo. Desta vez a análise foi feita à pedido da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), entidade que representa mais de 400 mil médicos. A justificativa é o temor de que o maior desastre ambiental do país se transforme em uma tragédia de saúde pública.

De acordo com a Fenam, o resultado laboratorial das amostras de água coletadas no rio Doce, em Minas Gerais, apontou níveis acima dos aceitáveis de metais pesados. Foram encontrados alumínio, ferro e mercúrio, entre outros. As análises foram feitas em dez pontos diferentes de Governador Valadares, área de 1.424 kms de extensão.

As amostras da água foram coletadas nos dias 16 e 17 de dezembro de 2015, pelo laboratório independente Água e Terra. O estudo foi custeado pela Fenam, em parceria com o Sindicato dos Médicos de Governador Valadares. Para o presidente da entidade, Otto Baptista, as taxas encontradas são alarmantes.

Uma das amostras colhida em 16 de dezembro, no Bairro Capim, teria apresentado valores de chumbo 300% acima do limite estabelecido como aceitável pela legislação vigente. Para se ter uma ideia, a quantidade de alumínio encontrada foi de 0,58 miligramas e o máximo permitido é 0,01 miligrama - um número quase seis vezes maior que o considerado seguro.

Em outra inspeção, os índices de mercúrio em um dos pontos ultrapassavam 13 vezes o que seria tolerável. Com base nesses dados, a Fenam alerta a população que o contato com a água bruta é perigosa e que a preocupação dos médicos não é exagerada: a intoxicação por metais pesados pode provocar danos por todo o organismo em curto e em longo prazo.

“A questão é que os efeitos dos metais pesados também podem levar décadas para se manifestar. Na maioria das vezes, a contaminação é cumulativa e ocorre ao longo dos anos por meio da ingestão de água ou alimentos plantados em solos impróprios. Os metais pesados não somem do dia para a noite”, denuncia Baptista.

O alerta da entidade médica, segundo o presidente, é evitar que o maior desastre ambiental do país se transforme em uma tragédia de saúde pública e para isso, sugere que controle seja contínuo.

“Precisamos que as populações que vivem nas áreas afetadas passem por um monitoramento contínuo pelos profissionais de saúde que estão na ponta, no posto de saúde e nas emergências. Os profissionais devem estar capacitados para levarem em consideração nas manifestações clínicas a presença destes elementos, para não serem surpreendidos e não associarem ao desastre de Mariana”, alerta.

Samarco

A Samarco informou que, segundo os relatórios do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), os altos níveis de alumínio, arsênio, cromo, níquel e mercúrio já eram verificados no rio Doce antes do acidente.

E que dados atuais do monitoramento de Valadares, por exemplo, já mostram valores de todos esses metais dentro dos limites da legislação brasileira (Conama 357, classe II) e/ou dos dados históricos.

No caso do alumínio, dados mais atuais, de 28 de janeiro, mostram valores muito próximos a média histórica do Igam e mais de 15 vezes inferiores ao valor máximo já identificado pelo instituto em seu monitoramento.

“Em resumo, os resultados mais atuais apresentados mostram que, em estações ao longo do rio Doce nos anos de 2010 e 2015, as diferenças verificadas nas amostras de água são pequenas, quando existem. A metodologia das análises utilizada pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) segue procedimentos técnicos internacionais”, diz nota da mineradora.

De acordo com o documento, o relatório do Igam demonstra que todos os parâmetros encontrados na água podem ser devidamente tratados pelas companhias de saneamento ao longo do rio Doce para tornar a água compatível com os padrões de potabilidade estabelecidos pela Portaria 2914 do Ministério da Saúde.

“E os laudos de potabilidade emitidos por laboratórios diversos (todos com certificação do Inmetro) atestam a qualidade da água, atendendo a referida portaria e não apresentando riscos à sociedade”, diz a nota onde a mineradora reitera que realiza, diariamente, o monitoramento da turbidez do rio, inclusive da região de Valadares.

Esse monitoramento, informa a Samarco, gera informações importantes para as equipes de operação das estações de tratamento de água ao longo do rio Doce. Diz ainda que, em parceria com as entidades competentes, está executando um plano abrangente de monitoramento da qualidade da água doce e marinha.

São 85 pontos de monitoramento, sendo 57 na bacia do Rio Doce e 28 no oceano, que se estendem por mais de mil km. Já teriam sido analisados mais de 570 mil parâmetros de qualidade da água e sedimentos, distribuídos em mais de 23 mil laudos.

“Com esses dados, a Samarco mapeia a evolução da qualidade da água e a quantidade de sedimentos na região do Rio Doce, e planeja mais  adequadamente suas ações de recuperação ambiental. Ao todo, uma equipe de cerca de 330 empregados, incluindo próprios e terceiros, atuam diretamente nessa frente de trabalho”.

Alumínio

No organismo causa cólicas abdominais, náuseas, fadiga, raquitismo, alterações neurológicas com graves danos ao tecido cerebral. Na infância pode causar hiperatividade e distúrbios do aprendizado. Inúmeros estudos consideram que o alumínio tem um papel extremamente importante no agravamento do mal de Alzheimer. O excesso de alumínio interfere com a absorção do selênio e do fósforo.

Chumbo

Chumbo se deposita no cérebro, nos ossos e nos rins. Em crianças, pode levar a retardo mental. Também leva a fraqueza, dores musculares, sabor estranho na boca, dor de cabeça, irritabilidade, tremores, queda da libido, entre outros.

Mercúrio

Está ligado a problemas sérios no cérebro e tem repercussões nos sistemas digestivo e infecções frequentes, pois afeta o sistema imunológico. É especialmente nocivo durante a gestação: bebês podem nascer com doenças neurológicas. Causa ainda dores nas articulações, alterações de coordenação e visão, perda de memória recente e dificuldade em concentração.

Ferro

Uma dose de ferro excessiva pode ser grave ou inclusive mortal. Pode causar diarreia, vômitos, aumento do número de glóbulos brancos e um alto valor de glicose no sangue.

Dilma oficializa saída de Cardozo e anuncia outras mudanças


Folhapress


Valter Campanato/Agência Brasil
Cardozo

Em comunicado oficial, a presidente Dilma Rousseff informou, nesta segunda-feira (29), as mudanças de pastas e agradeceu os serviços prestados por José Eduardo Cardozo, que deixou o ministério da Justiça. A nomeação do procurador baiano Wellington César como novo ministro da Justiça era estudada pelo governo federal desde o final do ano passado.
Com a possibilidade da saída de Cardozo, que já havia pedido para deixar a pasta mais de uma vez, o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, articulava a nomeação do aliado político para o posto.
O nome foi sugerido em janeiro pelo ministro a Dilma e tinha o apoio do atual ministro da Justiça, que o defendeu como uma possibilidade para substituí-lo. No início deste ano, com a definição de que Luís Inácio Adams deixaria em fevereiro a AGU (Advocacia-Geral da União), o governo federal chegou a pensar em colocar o procurador baiano temporariamente no cargo até a saída de Cardozo da Justiça.
A presidente, no entanto, tinha dúvidas sobre se César seria o melhor indicado neste momento, diante da abertura do processo de impeachment, e tinha preferência pelo procurador-geral do Banco Central, Isaac Menezes Ferreira, e pelo ex-secretário-executivo do Ministério da Previdência Marcelo Siqueira.
Sugestão
Com a definição nesta segunda da saída do ministro da Justiça, o nome do procurador baiano foi novamente sugerido por Wagner e por Cardozo à presidente, que foi convencida a nomeá-lo. Segundo a reportagem apurou, pesou na decisão da petista o bom trânsito de César junto a ministros do STF (Superior Tribunal Federal) e o fato dele ser um nome de fora do meio político, o que o tornaria menos suscetível a pressões para segurar as investigações da Operação "Lava Jato".
Ao mesmo tempo, a nomeação de um aliado político de Wagner também teve como objetivo acalmar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vinha acusando nos bastidores Cardozo de não controlar a Polícia Federal.
A posse dos novos ministros deve ocorrer na quinta-feira (3) a pedido de Adams, que quer ainda no cargo participar de audiência na Comissão Mista de Orçamento no Congresso Nacional, na terça-feira (1º), e de anúncio do acordo do governo federal com a Samarco para reparo dos estragos causados em Mariana (MG), programado para quinta.
Mesmo que a saída do cargo tenha colocado em risco a permanência de Leandro Daiello à frente da direção-geral da Polícia Federal, ele permanecerá no cargo da PF.
Além de mexer nos ministérios da Justiça e da Advocacia-Geral da União, Dilma decidiu também fazer mudanças no comando da CGU (Controladoria-Geral da União), órgão interno que atua no combate à corrupção em instituições federais. Luiz Navarro, que já atuou na CGU e é especialista no combate a desvios na esfera pública, assumirá a pasta, hoje interinamente ocupada por Carlos Higino.

Contran autoriza estrangeiros a dirigir durante Olimpíadas


Agência Brasil
A TARDE
  • Joa Souza | Ag. A TARDE
    Autorização será de 1º de julho a 31 de dezembro de 2016 - Foto: Joa Souza | Ag. A TARDE
    Autorização será de 1º de julho a 31 de dezembro de 2016
O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) vai permitir que estrangeiros de 102 países dirijam veículos automotores no Brasil durante o período dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, de 1º de julho a 31 de dezembro. A resolução com a lista de países foi publicada nesta segunda-feira, 29, no Diário Oficial da União.
Os condutores estrangeiros estarão sujeitos às leis brasileiras e deverão ser habilitados em seus países de origem.
A permissão já é concedida a estrangeiros de países amparados por convenções ou acordos internacionais, ratificados e aprovados pelo governo brasileiro, e pela adoção do princípio da reciprocidade. Assim, brasileiros são autorizados a dirigir nesses países pelo prazo máximo de 180 dias, respeitando a categoria e validade da habilitação.
A Convenção sobre Trânsito Viário é o acordo internacional que estabelece as regras que devem ser seguidas por todos os condutores de veículos quando trafegam em países estrangeiros. No Brasil, ela foi promulgada pelo Decreto nº 86.714/1981. A Resolução nº 360/2010 do Contran também dispõe sobre a habilitação de estrangeiros no Brasil.

Estudantes desenvolvem jogo que estimula gosto pela matemática


Eles criaram o jogo Tabuleiro Matemático, com a finalidade de contribuir para a melhoria do ensino

Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
Foto: Gov/BA
Educadora Ana Carla e os estudantes Jucimar e Luana
Os estudantes Jucimar Conceição Junior e Luana dos Santos Estrela, do 9º ano da Escola Estadual Professor Ignácio Lunelli, localizada em Salvador, encontraram uma forma divertida e estimulante de estudar matemática. Eles criaram o jogo Tabuleiro Matemático, com a finalidade de contribuir para a melhoria do ensino e aprendizado das quatro operações básicas da disciplina.
De acordo a professora de matemática e orientadora do projeto, Ana Carla Serravalle, um dos objetivos do jogo é associar diversão com o aprendizado. “A matemática é um disciplina temida pelos estudantes e com este jogo eles aprendem de forma lúdica e prazerosa. Além disso, melhora a interação entre professor e aluno, quebrando, assim, a barreira que ainda existe entre os dois”, destaca a educadora.
Os estudantes contam que tiveram a ideia de criar o jogo ao perceberem as dificuldades de alguns colegas com as quatro operações matemáticas. “Queríamos fazer um jogo dinâmico e divertido que ajudasse a praticar contas de adição, subtração, multiplicação e divisão, além de raiz quadrada. Deu muito certo porque até mesmo quem não gostava de matemática se interessou em jogar”, explica Jucimar.
“É muito gratificante saber que estamos contribuindo para que outros estudantes, que possuem dificuldades na disciplina, possam aprender e se desenvolver mais. É um jogo simples, fácil e que realmente funciona porque aprendemos brincando”, comenta Luana, revelando também que, na hora do intervalo, o jogo promove a interação entre estudantes de diferentes séries.
Como jogar
O jogo começa com cada um dos quatro participantes escolhendo um envelope (A, B, C e D), com bloco de papel e lápis em mãos. O primeiro jogador lança o dado e deverá movimentar seu pino de acordo com a quantidade de casas obtida no dado. Cada jogador poderá anotar em seu bloco o resultado parcial das contas obtidas nas casas, pois os cálculos seguintes dependem do resultado anterior. E assim, cada participante vai jogando. Ganha o jogo quem primeiro chegar à última casa e resolver a conta final. O resultado deverá ser o mesmo número que se encontra dentro do envelope.
Olimpíadas de Matemática
Os estudantes que gostam de matemática têm uma boa oportunidade para testar seus conhecimentos. Já estão abertas as inscrições para a 12ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP 2016). As inscrições, que seguem até o dia 1º de abril, são gratuitas e podem ser feitas pelo endereço www.obmep.org.br.
A OBMEP é dirigida aos estudantes dos ensinos fundamental (6º ao 9º ano) e médio e acontece em duas etapas: na primeira participam todos os alunos inscritos e, na segunda, aproximadamente 5% dos alunos de cada escola, os que tiveram o melhor desempenho na primeira fase, conforme o regulamento.

Oficina gratuita de bonecos gigantes permanece em Salvador até o dia 11/03


O projeto é vencedor do Edital de Patrimônio da Secretaria de Cultural do Estado (Secult), com recursos do Fundo de Cultura da Bahia

Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
Foto: Gov/BA
Oficina de Bonecos "Lugar de Gigantes", sob coordenação de Alessandra Flores
A partir desta segunda-feira (29) até o próximo dia 11 de março, acontece no Forte de Santo Antônio, no Centro Histórico de Salvador, a Oficina de Bonecos “Lugar de Gigantes”, sob coordenação de Alessandra Flores.

Mestre em artes cênicas pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), formada em teatro pela École Philippe Gaulier, de Londres, Alessandra se especializou na construção de bonecos gigantes no Kosovo, Bósnia, Croácia e Índia.

As oficinas são gratuitas e serão realizadas sempre das 14h às 18h, no auditório do Forte do Santo Antônio. Até o início de maio, o projeto continua em outros bairros de Salvador e até em cidades do interior.
Nas oficinas, os bonecos serão construídos inspirados em histórias locais, personagens dos bairros, acontecimentos curiosos, antigas lendas urbanas e místicas.

O projeto é vencedor do Edital de Patrimônio da Secretaria de Cultural do Estado (Secult), com recursos do Fundo de Cultura da Bahia.
De acordo com Alessandra, que é a proponente-coordenadora da iniciativa, o objetivo do projeto supera a criação de bonecos.

“Encontro entre alunos, troca de informações, história das pessoas e locais aumentam a sensação de pertencimento e ampliam o objetivo”, explica.
De acordo com o diretor geral do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), João Carlos de Oliveira, os editais de patrimônio “atendem vasta demanda, desde ações de proteção aos bens imateriais, como manifestações, ofícios e modos do fazer culturais, até projetos arquitetônicos, obras de restauração, livros, cartilhas, videodocumentários e educação patrimonial”.
Quem quiser conhecer a iniciativa poderá ver o final de uma das etapas, no próximo dia 12, às 16h: um cortejo de bonecos no bairro de Santo Antônio, saindo do forte.

Os interessados em participar ainda podem se inscrever na oficina do bairro de Alagados, que acontece de 28 de março a 14 de abril, das 9h às 12h, no Espaço Cultural dos Alagados. No dia 15 de abril acontece o cortejo de bonecos de Alagados. Já no dia 17 de abril, às 10h, todos os bonecos estarão reunidos no Dique do Tororó para o “Encontro de Gigantes”.
A oficina também será realizada nos municípios de Cachoeira e São Félix, no recôncavo, entre 19 e 27 de abril. O “Encontro de Gigantes” de lá ocorre no dia 1º de maio, na ponte Dom Pedro II, que liga as duas cidades. Mais informações sobre as oficinas nos telefones: (71) 99999-2930, 99272-0745 e 98864-1906.

Eduardo Cunha pede que STF adie julgamento de denúncia contra ele


De acordo com os advogados de Cunha, há dois agravos regimentais ainda não analisados pelo ministro relator e que podem influenciar a formulação da defesa

por
Estadão Conteúdo
Publicada em  TRIBUNA DA BAHIA
Foto: Câmara/Divulgação
Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), enviou nesta segunda-feira (29), ao Supremo Tribunal Federal (STF), uma petição para que a Corte adie do julgamento da denúncia contra o parlamentar no âmbito da Operação Lava Jato, marcado para a quarta-feira (2/03).

A defesa de Cunha pede ao ministro relator do processo, Teori Zavascki, a reabertura do prazo para oferecer resposta sobre a denúncia oferecida em agosto do ano passado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

O procurador-geral, Rodrigo Janot, acusa Cunha de receber US$ 5 milhões para viabilizar a construção de dois navios-sondas da Petrobras. Caso o Supremo acate a denúncia, o presidente da Câmara passará de investigado a réu.

De acordo com os advogados de Cunha, há dois agravos regimentais ainda não analisados pelo ministro relator e que podem influenciar a formulação da defesa.

"O julgamento desses agravos regimentais deve anteceder não só a análise do recebimento ou rejeição da denúncia, mas devem ocorrer em sessão própria", argumentam os advogados.

A ex-deputada federal Solange Almeida (PMDB-RJ) foi denunciada junto com Cunha por suposta participação na pressão pelo pagamento de valores irregulares. Depois do oferecimento da denúncia, a PGR ofereceu um aditamento com depoimentos do delator Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano.

No pedido da defesa do presidente da Câmara consta o argumento de que, caso Teori leve os agravos para julgamento no mesmo dia da análise sobre a denúncia, o processo penal poderá ter a tramitação tumultuada "diante da grande quantidade de questões fáticas e jurídicas em debate no caso concreto".

Renan

No mês passado, o ministro Edson Fachin decidiu retirar da pauta de julgamentos do Supremo denúncia contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O ministro acatou o argumento da defesa de Renan, que é semelhante ao usado agora pelos advogados de Cunha.

Na ocasião, a defesa de Renan apresentou uma petição alegando uma falha processual que poderia afetar o julgamento da denúncia pelo plenário. Para evitar nulidades, Fachin retirou o caso de pauta e encaminhou os argumentos da defesa para parecer da PGR.

Neto diz que governo federal não investe na saúde em Salvador


ACM Neto revelou que o governo federal tem deixado de repassar R$ 80 milhões para Salvador anualmente

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Foto: Angelo Pontes/ Reprodução Facebook ACM Neto
Prefeito ACM Neto
O prefeito ACM Neto informou, nesta segunda-feira (29), que a capital baiana passou a investir, na atual gestão, 19% do orçamento no setor, contra 15% da administração passada. "Fechamos o ano passado com o maior volume de realizações na área e dobramos o número de equipes do Programa de Saúde da Família (PSF). A população que era atendida pela atenção básica saiu de 18% para 50%", disse.
ACM Neto destacou ainda que encontrou a Prefeitura com apenas uma UPA em funcionamento. Hoje já são cinco administradas pela gestão municipal. Além disso, a Prefeitura começa a construir em 2016 o primeiro Hospital Municipal de Salvador. Sobre a reportagem exibida na noite do último domingo (28) no Fantástico, da Rede Globo, ACM Neto afirmou que a matéria revela bem a situação em que se encontra a rede hospitalar estadual de saúde, bem como a falta de repasses federais para o setor.
"Enquanto nós ampliamos nossos investimentos e lançamos projetos novos, como a construção do primeiro Hospital Municipal de Salvador, a matéria exibida pelo Fantástico revela a situação da rede hospitalar estadual e a falta de repasses da União para o município. Isso tem sido objeto de luta minha e já perdi as contas de quantas vezes estive no Ministério da Saúde para tratar disso. Tenho todas as audiências documentadas desde 2013. Estamos, inclusive, financiando coisas que são da responsabilidade do governo federal. Ano passado, ficamos três meses sem receber recursos federais. Paguei tudo em dia porque cobri obrigações que não eram da Prefeitura", denunciou o prefeito.
ACM Neto revelou que o governo federal tem deixado de repassar R$80 milhões para Salvador anualmente, principalmente no que se refere às áreas da média e alta complexidade no atendimento à saúde. "Nós estamos executando acima do teto, chegando a 115%. E o governo do estado não consegue executar o orçamento. Se a gente recebesse esse dinheiro que a União deixa de repassar poderíamos ampliar o credenciamento de hospitais para serviços de oncologia, por exemplo, ou para cirurgias eletivas. Na minha opinião isso acontece por uma decisão política do governo federal, já que eles elevaram o teto do município do Rio de Janeiro", informou.

Supermercado teme crise e reduz encomendas de ovos para a Páscoa


Em termos reais, o recuo no valor das encomendas de ovos pelos supermercados é de 12,6%

por
Estadão Conteúdo
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Foto: Alex Silveira/Agência Amapá/Fotos Públicas
A expectativa dos varejistas é vender menos este ano do que no mesmo período de 2015
A expectativa dos varejistas é vender menos este ano do que no mesmo período de 2015
O menor otimismo com relação às vendas fez os supermercados brasileiros reduzirem as encomendas de ovos de Páscoa em 2016, de acordo com dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Pesquisa da entidade apontou que caiu 7% o valor nominal da compra de ovos de Páscoa por parte dos varejistas junto aos fornecedores.

A queda ocorre mesmo com o preço médio dos ovos de Páscoa tendo aumentado. Em termos reais, o recuo no valor das encomendas de ovos pelos supermercados é de 12,6%.

O levantamento da Abras mostra que a expectativa dos varejistas é vender menos este ano do que no mesmo período de 2015. Embora o preço não só dos chocolates como de outros produtos típicos da época estejam em alta, os supermercados esperam queda no valor nominal das vendas.

Em termos nominais, a expectativa dos supermercadistas é de uma queda de 5,3% nas vendas de Páscoa como um todo ante o ano passado. Ao mesmo tempo, a Abras calcula que houve uma variação média de 7,8% no preço dos produtos, o que significa que, em termos reais, a expectativa é de queda de 12,2% nas vendas.

O pessimismo atinge uma das maiores datas para as vendas no varejo de supermercados. A Abras calcula que a Páscoa só perde em vendas para o Natal, mas as menores encomendas refletem um cenário de empresários receosos, diz a entidade em nota.

Os pedidos do varejo só foram maiores do que o ano passado em categorias mais baratas. Caixas de bombom, por exemplo, tiveram alta de 1,9% nas encomendas em valor nominal e as compras de chocolates em barra e tabletes também cresceram 0,5% na comparação anual. Ainda assim, se o valor for ajustado à inflação, ambos os produtos registrariam queda real nas encomendas.

Em termos reais, não só os chocolates como todos os produtos associados à Páscoa registram queda no valor das encomendas. O bacalhau tem recuo de 9,1%, a Colomba pascal, de 5,3%. Cervejas e refrigerantes, que não são produtos sazonais, mas são procurados pelo consumidor no período, tiveram encomendas em valores reais 4,5% e 4,3% menores que no ano passado respectivamente.

Datafolha: Rejeição a Lula é de 49%. É copo vazio!


Quem está em crise é o PT, não a representação. É natural que o eleitor não veja hoje em Aécio, Serra, Alckmin ou outro qualquer “a solução”. Até porque, por força das circunstâncias, essas lideranças são hoje mais reativas do que propositivas. Mas chegará a hora

Por: Reinaldo Azevedo
Metade dos brasileiros, hoje, não votaria em Lula de jeito nenhum: a rejeição, segundo o Datafolha, é de 49%. Não me parece que seja um caso de copo meio cheio e meio vazio. Acho que o Apedeuta se danou. É copo vazio. Até porque, não fosse assim, Aécio Neves (PSDB), Michel Temer (PMDB), José Serra (PSDB) e Geraldo Alckmin (PSDB) poderiam comemorar. Suas respectivas rejeições são de 23%, 21%, 19% e 17%. Haveria copo aí com 83% de “cheiura”, né?
Os números são do Datafolha. É evidente que são devastadores para o chefão petista. Um político com 49% de rejeição só serve para eleger adversário ou, na hipótese desastrosa, alguém ainda pior do que ele próprio.
Segundo o Datafolha, se a eleição fosse hoje, o tucano Aécio Neves teria 24% dos votos, contra 20% de Lula (PT) e 19% de Marina (Rede). Jair Bolsonaro (PP) aparece com 6%, e Ciro Gomes (PDT), com 5%. Quando Geraldo Alckmin (PSDB) disputa, marca 12%. O chefão petista fica onde está, e a líder da Rede vai par 23%. Os nomes do PP e PDT oscilam, respectivamente, para 7% e 6%. Se o tucano for José Serra, o candidato do PSDB fica com 15%, atrás de Lula (21%) e Marina (23%). Bolsonaro e Ciro marcam 6% e 5%.
A disputa eleitoral ainda não está em curso. Convém não repetir os fragorosos erros de análise de 2014, quando se chegou a prever que Dilma liquidaria a fatura com facilidade porque, afinal, a oposição não empolgava ninguém.
A rejeição, esta sim, nesta fase, é importante. O fato de a maioria do eleitorado não depositar num nome em particular da oposição as suas esperanças deve, sim, preocupar os adversários do PT, mas só como um elemento da pauta, não como um sintoma de coisas como “crise de representação”.
Quem está em crise é o PT, não a representação. É natural que o eleitor não veja hoje em Aécio, Serra, Alckmin ou outro qualquer “a solução”. Até porque, por força das circunstâncias, essas lideranças são hoje mais reativas do que propositivas.
Mas chegará a hora.
O dado realmente relevante é o fato de 49% rejeitarem Lula. Aí, meus caros, não tem jeito. Se e quando ele for candidato, será um excelente nome para eleger aquele que conseguir encarnar o anti-Lula.

Wagner volta a fazer proselitismo pró-Lula


Segundo o ministro, as críticas só animam o ex-presidente a continuar lutando pelo Brasil... Pois é! Tomara que essas lutas nos custem mais barato, né?

Por: Reinaldo Azevedo
Jaques Wagner, o ministro da Casa Civil que terá ascendência, agora, sobre o da Justiça, fez nesta segunda nova defesa do ex-presidente Lula. Nas redes sociais, ele afirmou que as denúncias envolvendo o nome do petista são “injustas” e o fortalecerão.
Leiam trecho: “O povo brasileiro pode ter certeza de que Lula jamais se intimidará. Em vez de enfraquecê-lo, como esperam seus adversários, os reiterados e injustos ataques dos quais tem sido vítima nas últimas semanas só aumentam a vontade dele de continuar lutando por um Brasil mais justo”.
Que bom! A gente torce para que as lutas futuras de Lula nos custem mais barato.
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Wagner ainda lembrou a participação de Lula na festa de 36 anos do PT neste fim de semana e afirmou: “O ex-presidente está ainda mais motivado e disposto a defender o governo da presidente Dilma Rousseff” e “o projeto de inclusão que ele representa”.

Cheque sem fundo para Moro


Por: Severino Motta
Sem medo de Moro
Sem medo de Moro
O fato de a Lava-Jato ter colocado atrás das grades importantes empresários e políticos brasileiros parece não ter amedrontado todo mundo.
Entre os desassombrados está Clerio Costa Sant’Anna, citado nas investigações que apuram a ocultação de bens e lavagem de dinheiro no caso do tríplex e das empresas Mossak Fonseca, Paulista Plus e da offshore Murray.
Para efetivar um depósito judicial de 5 000 reais à 13ª Vara Federal de Curitiba, do juiz Sergio Moro, Sant’Anna enviou um cheque sem fundo.
A informação foi repassada pela Caixa Econômica à 13ª Vara no início da semana.
O banco ainda enviou cópia do cheque para que sejam tomadas as “devidas providências”.