Doze dos senadores que
apoiaram encarniçadamente Dilma e Lula no Senado - a tropa de choque do
lulopetismo - encerram seus mandatos no próximo ano. Nada indica que
serão reeleitos:
A renovação de dois
terços do Senado nas eleições do ano que vem vai atingir em cheio alguns
senadores de esquerda, que costumam fazer barulho na Casa e defender os
governos de Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva. Dos 16
senadores mais atuantes desse grupo, 12 vão encerrar seus mandatos –
sete deles petistas. E o cenário para tentar uma reeleição aponta para
dificuldades. Vários devem sair candidatos a deputado federal.
Os que desejam se
reeleger sabem que a realidade de 2018 será bem diferente da de 2010,
quando conquistaram seus mandatos. Seus partidos foram atingidos por
denúncias nesses últimos oito anos e os “outsiders” andam ganhando
espaço com o discurso de aversão ao político tradicional. Além de uma
campanha ao Senado ser considerada de custo financeiro alto, hoje já não
é possível arrecadar contribuições junto a empresas que costumavam
financiar candidatos – a doação empresarial foi proibida.
O PT deve ser o
partido mais atingido. Já teve 14 senadores, hoje tem nove, e sete deles
vão embora. Poucos têm boas chances de reeleição, casos de Jorge Viana
(AC) e Humberto Costa (PE). Talvez os petistas mais expostos nas defesas
dos legados de Lula e Dilma, os senadores Lindbergh Farias (RJ) e
Gleisi Hoffmann (PR) patinam em popularidade e, se decidirem buscar a
reeleição, não devem lograr êxito. Ambos foram atingidos por denúncias
da Lava Jato e devem tentar vaga na Câmara dos Deputados.
Sem trocar o certo pelo duvidoso
Esse é um projeto de
Lula: eleger a maior bancada de deputados federais ano que vem. A
orientação é que nomes de ponta e destaque do partido assegurem um
mandato na Câmara e não se arrisquem em eleições que não tenham garantia
de vitória. A ordem é não trocar o certo pelo duvidoso. De quebra, um
mandato eletivo na Câmara ainda assegura o foro privilegiado no Supremo
Tribunal Federal para quem for implicado, por exemplo, na Lava Jato.
Outro detalhe
importante: Lula candidato ou não faz toda a diferença. Com o petista
concorrendo à Presidência, as chances de o partido fazer mais deputados e
senadores ampliam numa escala enorme. Em especial no Nordeste, onde o
petista é favorito.
“Se o PT repete o
mesmo número de senadores eleitos? Depende muito. Se houver uma
candidatura de Lula, se ele tiver condições de disputar e não for
impedido, certamente faremos uma boa bancada no Senado. Isso amplia as
chances de muitos voltarem. Se não tivermos essa candidatura, vai haver
muita dispersão partidária. As vagas serão diluídas. PMDB e PSDB também
serão atingidos. Agora, Lula no Nordeste pode puxar muita gente”, disse o
senador Humberto Costa (PT-PE), que irá tentar a reeleição. “Quero ser
candidato à reeleição. Trabalho com esse objetivo.”
Nomes de outras
legendas que ganharam destaque como defensores do mandato de Dilma e
opositores do governo Temer também vão deixar a Casa e enfrentar
novamente as urnas. São os casos de Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). No opositor PMDB, o desfalque será de
Roberto Requião (PR), outra incógnita. O provável é que busque a
reeleição. (Acompanhe os detalhes na Gazeta do Povo).
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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