Até agora, o açougueiro
predileto do lulopetismo praticamente deixou Lula fora da delação - logo
ele, Joesley, que mamou uma fortuna dos brasileiros via BNDES, com o
beneplácito do tiranete. Post de Augusto Nunes (Veja.com):
O Supremo Tribunal
Federal decidiu que o acordo entre Rodrigo Janot e Joesley Batista não
precisa de revisão, que o ministro Edson Fachin seguirá cuidando da meia
delação premiadíssima e que, ao menos por enquanto, continuam valendo
os benefícios que condenaram à impunidade perpétua um esquartejador da
verdade. Com a decisão o STF aparentemente buscou impedir que os
advogados dos quadrilheiros passassem a contestar todas as revelações de
quem aceitou colaborar com a Justiça. O problema é que essa obscenidade
parida em Brasília pelo procurador-geral da República pode desmoralizar
o instrumento jurídico que, utilizado com inteligência em Curitiba,
ajudou a iluminar a face escura do Brasil.
O correto seria
percorrer o caminho do meio. As vigarices expostas por Joesley imploram
por investigações e, se for o caso, castigos exemplares. Se o presidente
Michel Temer e o senador Aécio Neves, por exemplo, fizeram o que
parecem ter feito, merecem o purgatório onde penam traidores de milhões
de profissionais da esperança. Mas a história das falcatruas da JBS não
pode limitar-se à primeira parte. Joesley está obrigado a exumar a
metade que falta. O país que presta quer saber quando o açougueiro
predileto dos governos do PT abrirá o baú das bandalheiras que praticou
com a cumplicidade ativa de Lula, Dilma e a chefia do BNDES. Que tal
começar pela suspeitíssima reunião que juntou Joesley, Lula e Eduardo
Cunha no Sábado de Aleluia de 2016.
Figurões do
Judiciário, do Executivo, do Legislativo e do Ministério Público teimam
em fechar os olhos ao Brasil que a Lava Jato despertou. (Refiro-me,
insisto, à verdadeira Lava Jato, personificada por Sérgio Moro, não à
caricatura liderada pelo procurador-geral que presenteia bandidos
bilionários com o status de inimputável). Esse novo país exige o
enquadramento de todos os delinquentes, mesmo suspeitando que a tribo
dos homens públicos honrados caiba numa maloca. Com o sumiço dos
velhacos hegemônicos, a espécie em extinção vai multiplicar-se
rapidamente. É hora de começar tudo de novo.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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