Augusto Nunes
afirma, com razão, que Rodrigo Janot mais prejudicou que ajudou a
Lava-Jato em Curitiba, "que abriga profissionais sem tempo a perder com
arcos e flechas". Dadas as contradições envolvendo a delação de Joesley
Batista, é de se anular o acordo e recomeçar do zero:
Para que a maior
ofensiva anticorrupção da história do Brasil possa avançar sem
sobressaltos provocados por um marmanjo resolvido a brincar de índio,
tomara que tenha chegado ao fim o estoque de bambu armazenado por
Rodrigo Janot. Seja quem for o alvo, todas as setas disparadas na filial
de Brasília pelo ainda procurador-geral da República só serviram para
atrapalhar os trabalhos na sede da Lava Jato em Curitiba, que abriga
profissionais sem tempo a perder com arcos e flechas.
Neste fim de semana,
por exemplo, um punhado de contradições entre o que anda dizendo a
mulher de Joesley Batista, Ticiana Villas Boas, e o que disseram o dono
da J&F e seu parceiro de delação Ricardo Saud confirmaram que o
acordo que pariu a meia delação premiadíssima foi mais uma flechada
bêbada da versão brasileira do Inspetor Clouseau, o detetive trapalhão
de A Pantera Cor-de-Rosa. Está claro que o Inspetor Janot foi tapeado
(ou deixou tapear-se, o que dá na mesma) pelo empresário presenteado com
um habeas corpus vitalício.
O Brasil decente
exige que 1) o acordo seja anulado, 2) que os depoimentos recomecem do
zero e 3) que o amigão de Lula pare imediatamente de fingir que mal
conhece o ex-presidente que o ajudou a arrombar os cofres do BNDES. A
prudência também recomenda que o atirador de flechas seja trancado numa
maloca até que o surto passe ou seu mandato termine. A Lava Jato é coisa
séria. Não tem vagas para um Rodrigo Janot.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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