MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 20 de agosto de 2017

Trump, Lacerda e Brizola – três passageiros da obsessão pelo conflito


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Charge do Gilmar Fraga (Zero Hora)
Pedro do Coutto
Trump, Lacerda e Brizola, cada qual a seu tempo e sua dimensão, ontem e hoje tornaram-se personagens do conflito político, do conflito humano, do entrechoque das paixões políticas. Donald Trump, claro, pertence a um universo muito mais amplo do que aquele no qual podemos situar a história do Brasil. Nas mãos de Donald Trump, talvez, encontre-se o destino do planeta.
No entanto, pelo que acompanho de política, tanto como leitor dos jornais e também através do jornalismo que exerci e exerço na manhã deste sábado, ocorreu-me a ideia de comprovar nas lentes do passado e do presente, as semelhanças entre os três personagens. Donald Trump só consegue encontrar a si mesmo no redemoinho dos conflitos. O mesmo se pode dizer do apelo interior assinalado nos comportamentos de Lacerda e Brizola.
NA CASA BRANCA – Trump, sem qualquer atuação parlamentar nos EUA, desencadeou uma onda no Partido Republicano, na qual viajou rumo à Casa Branca. No meio do percurso – parece absurdo, mas foi constatado – registrou-se a influência russa no pleito em que derrotou Hillary Clinton. Mas não apenas esse fato levou-o a vitória. Ocorreu também uma entrevista do ex-diretor do FBI recolocando na cena sucessória os e-mails que Hillary enviou de seu celular particular, quando secretária de Estado de Obama.
A candidatura Hillary Clinton submergiu nesse fato controverso e até sem sentido, porque até hoje discute-se a fonte dos e-mails, porém em nenhum momento o conteúdo neles registrados.
Foi apenas um equívoco que lhe custou a presidêmcia dos EUA. Trump abriu ampla dissidência em seu partido, mas surpreendentemente foi tal conflito que lhe garantiu o primeiro lugar nas urnas.
LACERDA E BRIZOLA – Carlos Lacerda, sem dúvida um gênio, deixou-se levar pela paixão desenfreada pelo poder e tal comportamento cortou sua carreira. Terminou cassado pelo movimento militar de 64 do qual por ironia do destino foi o principal desencadeador. O poder era sua obsessão. Lembro-me bem de seu pronunciamento no dia 2 de abril de 64 no Palácio Guanabara quando anunciou ser amigo e admirador do general Castelo Branco e queria ser seu sucessor nas eleições de 65 que acabaram não se realizando. Sua precipitação e seu impulso ao conflito acabaram se voltando contra si próprio.
Leonel Brizola era outro ser político com apelo a turbulência, ao desafio, ao confronto. Como governador do Rio Grande do Sul, fato histórico, garantiu a posse de João Goulart na presidência da República em 61, quando Jânio Quadros renunciou. Transferiu seu domicílio eleitoral para a Guanabara e se elegeu com uma votação espetacular. Naquele momento antecipava sua candidatura a presidência da República, desprezando uma aliança com Juscelino Kubitschek. Deu a partida cedo demais e com isso detonou a aliança possível na base de um denominador comum voltado para um avanço reformista, não revolucionário.
ATRAÇÃO PELO CONFLITO – Leonel Brizola moveu-se no sentido oposto do possível e, da mesma forma que assegurou a posse de Goulart, viria a radicalizar o processo que levou ao movimento militar de 64. Brizola desejava o conflito, não a solução de um problema. Isso impediu seu avanço. Levou Jango à radicalização e o resultado foi uma ditadura militar que durou 21 anos.
Donald Trump só se sente bem quando ataca, quando demite, quando entra em conflito aberto. Vamos ver o destino de sua presidência, dos EUA, de um planeta chamado Terra.
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