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sábado, 14 de outubro de 2017

Kwid remete ao 4L, sucesso da Renault durante 30 anos


Marcos Camargo Jr. | A TARDE SP
A TARDE
Apesar das cinco décadas que os separam, os modelos franceses seguem com a mesma receita - Foto: Renault | Divulgação
Apesar das cinco décadas que os separam, os modelos franceses seguem com a mesma receita
Renault | Divulgação
Há 56 anos a Renault lançava um automóvel familiar, com solução mecânica moderna e econômica e preço acessível. Calma, ainda não estamos falando do Kwid, mas sim de um grande sucesso que durou 31 anos no mercado, o Renault 4L.
Mais de cinco décadas separam o Kwid e o 4L, mas sua proposta segue a mesma: um carro urbano, barato, econômico e suficiente para levar uma família com bagagem. Até o comprimento de 3,68 m é o mesmo. Nos nossos tempos, estes predicados continuam em alta e a Renault cumpriu à risca a própria receita. Não obstante, o Renault 4L era inspirado nos modelos maiores e o Kwid também quer ser um “SUV dos compactos”, objeto de desejo dos brasileiros quando falamos em automóvel.
Nos anos 1950, um carro de entrada europeu tinha motor de 600 cm³ e rendimento próximo dos 20 km/l com desempenho modesto. No século XXI, este carro urbano tem motor 1.0 de três cilindros e 70 cv (etanol). São fórmulas bem diferentes em busca do mesmo objetivo: economizar combustível.
O visual do 4L não era muito feliz: inspirado nas vans familiares aproveitando todo o espaço interno, o que resultou em um carro um pouco desproporcional, diferente do Kwid, onde o desenho sugere que ele seja muito maior do que é. Por dentro, a simplicidade do modelo clássico permitia um painel muito simplificado sem conta-giros ou porta-luvas, substituído por um amplo espaço para guardar objetos em um compartimento inferior.
DNA de sucesso
O Kwid é menos arrojado e adotou um porta-luvas comum, que é bem amplo, a exemplo do Sandero, mas que também ficou devendo o marcador de rotações por minuto. No forro de portas do Renault 4L havia placas que permitiam ver a estrutura do carro, algo que no Kwid evoluiu bastante, mas deixou transparecer em economia pelo baixo peso das portas e pelo barulho do motor que invade a cabine em acelerações mais bruscas. Nisso, os dois são iguais. As janelas do Renault 4L abriam para o lado, de forma deslizante para economizar o cabo de aço e a manivela, e no Kwid a economia ficou por conta da fiação, já que os botões estão no centro do painel.
O porta-malas do antigo Renault tinha 256 litros, o que era uma grande evolução ante os carros da época, e no Kwid são 290 litros, bem próximo dos rivais, como o Fiat Mobi e o Volkswagen Up!. O velho Renault 4L evoluiu em termos de motores e tempos depois passou a receber outras soluções de 956 cc ou 1.108 cc de até 34 cv, deixando também sua simplicidade para apostar na confiança de um carro que evoluía sem deixar seu DNA. Ainda assim, foi fiel até o fim, mantendo o seu espaço interno, dimensões e praticamente o mesmo visual explorando nichos como furgão e até veículo off road. Já o Kwid não deve nada à sua proposta e seus 70 cv rendem bem durante nosso teste. Ainda assim, uma futura versão esportiva com turbo, assim como o 4L levou às pistas dos ralis Paris-Dacar e Cross-Elf motores 1,4 litro de 110 cv, deixaria o Kwid ainda mais divertido.
O Renault 4L (Quattrelle, para os franceses) foi um sucesso mundial, embora não tenha sido vendido por aqui. Chegou a ser montado em 16 fábricas em um total de oito milhões de unidades vendidas. A expectativa para o compacto Kwid para mercados emergentes é ainda maior.

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