MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

‘Enquanto o Rio definha, eles se empapuçam com a corrupção’, diz o procurador


O procurador da República, Carlos Alberto Aguiar, explica esquema de fraudes
Aguiar se espantou com o volume da corrupção
Miguel Caballero
O Globo
Ao descrever o esquema de pagamento de propinas a deputados pela Fetranspor, em troca da aprovação de leis e de subsídios fiscais de interesse das empresas de ônibus, o procurador regional do MPF no Rio, Carlos Aguiar, destacou a fraude voluntária da atividade parlamentar pelos deputados: “As empresas (de ônibus) pagavam rotineiramente propina (aos deputados). Parlamentares dissimularam a função parlamentar para prestigiar seus interesses políticos e financeiros. Através da agremiação política que detém a hegemonia no Rio (PMDB), esses agentes vem ganhando força política quase insuperável e enriquecendo. Enquanto o Rio definha, esses sujeitos se empapuçam com o dinheiro da corrupção”.
Deputados estaduais, empresários e intermediários são acusados de manter uma caixinha de propina destinada à compra de decisões na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) para o setor de transportes.
COISA ANTIGA – O esquema atual, concluíram os investigadores, teria começado nos anos 1990, por Cabral, e hoje seria comandado pelo presidente da Casa, deputado Jorge Picciani, por seu antecessor, deputado Paulo Melo, e pelo líder do governo Edson Albertassi, caciques do PMDB fluminense. Os três foram levados coercittivamente hoje para prestar depoimento na Operação “Cadeia Velha”.
A caixinha mantida pelos empresários de ônibus usava um sistema financeiro clandestino, gerido por transportadoras de valores. Em delação homologada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), o doleiro Álvaro José Novis, encarregado de distribuir estes valores, disse que o dinheiro era recolhido inicialmente pela Transegur e, posteriormente, pela TransExpert, na garagem das empresas de ônibus, e passava pelo cofre-forte das transportadoras antes de chegar às mãos das autoridades corrompidas.
R$ 260 MILHÕES – Esta contabilidade paralela, cujas planilhas foram entregues por Novis, movimentou de 2010 a 2016, a quantia de R$ 260 milhões, circunstância que, para os investigadores, denota a sofisticação e estabilidade do esquema, cuja operação se assemelha a uma “instituição financeira” clandestina.
Para o melhor controle do fluxo de propinas, as empresas de ônibus possuíam “contas” nas transportadoras. Novis também teve de abrir “contas” para poder movimentar os valores e fazê-los chegar aos beneficiários finais. Bilhetes, enviados pelo empresário José Carlos Lavouras, dirigente da Fetranspor, ao doleiro, indicavam em código o nome dos beneficiados pela propina, que era entregue aos destinatários, incluindo a Alerj, em carros da TransExpert.
Posted in

Nenhum comentário:

Postar um comentário