Devido à recessão do governo Dilma, milhões de famílias que figuravam na classe C voltaram para as classes D/E:
A pior recessão da
história do Brasil acabou, mas os seus efeitos ainda serão sentidos com
força nos próximos anos. Um dos mais perversos foi o “rebaixamento” de
4,1 milhões de famílias que deixaram de fazer parte da classe C e
voltaram para as classes D/E. A “ex-classe média” sofreu sobretudo entre
2015 e 2016 – e reverteu todo o processo de mobilidade social ocorrido
entre 2006 e 2012, quando 3,3 milhões de famílias haviam avançado para a
classe C.
As famílias das
classes D/E são aquelas com rendimentos mensais de até R$ 2,3 mil. Já a
classe C tem renda entre R$ 2,3 mil e 5,5 mil. As conclusões fazem parte
de um estudo dos economistas Camila Saito e Adriano Pitoli, da
Tendências Consultoria Integrada.
Os economistas
lembram que entre 2005 e 2013, o número de famílias das classes D/E
encolheu 1% ao ano. Nesse período, houve uma forte migração para a
classe C, que cresceu em média 6,2% ao ano e ajudou a impulsionar a
economia do país graças ao consumo. “No entanto, com a mudança da
dinâmica econômica, menos atrelada ao consumo daqui para a frente, a
classe C – que já deixou de ser a mais dinâmica – deve seguir com
desempenhos mais modestos”, alertam.
Com a reversão desse
processo de mobilidade social, a expectativa para o cenário de 2018 a
2026 é de que haja migração de famílias nas classes mais altas, enquanto
as classes C e D/E terão desempenhos modestos e estáveis. As projeções
indicam que a massa de renda total das classes D/E deve ficar estável,
num ritmo de 0,4% ao ano neste período. Para comparação, entre 2006 e
2014, a evolução de renda dos mais pobres era de 1,3% ao ano.
Já para a classe C, a
expectativa é de manter um desempenho modesto, com evolução de massa de
renda de 2,4% ao ano entre 2018 e 2026. Esse indicador é muito inferior
ao registrado entre 2006 e 2014, quando a renda da classe C cresceu em
média 7,9% ao ano.
Retomada mais demorada
As famílias das
classes D/E vão ter a retomada da massa de renda mais lenta que as
demais. A estimativa dos economistas da Tendências mostra que a melhora
será gradual, mas entre 2017 e 2019 ainda haverá uma queda de renda. Só a
partir de 2020 é que a possibilidade de ganhos reais volte para essas
famílias mais pobres. Já para a classe C, a recuperação já começou, mas é
modesta.
A evolução é lenta e o
número de famílias que voltam para as classes D/E já começa a diminuir a
partir deste ano. A expectativa é de que 2017 feche com 475 mil
famílias adicionadas a essas classes. Para 2021, a projeção é de adição
de 121 mil famílias.
A classe C deve ter
uma adição de 352 mil famílias neste ano. O acréscimo anual deve subir
ano a ano. Em 2021, segundo a Tendências, 515 mil famílias devem chegar à
classe média. (Gazeta do Povo).
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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