Símbolo da decadência do
Rio de Janeiro, o presidente da Assembleia Legislativa Jorge Picciani
foi levado para depor, enquanto seu filho, Felipe, foi preso. Pobre Rio:
O empresário Felipe
Picciani, filho do presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj),
Jorge Picciani (PMDB), foi preso nesta terça-feira pela Polícia Federal.
O pai foi levado para depor. Ambos são alvos da Operação Cadeia Velha,
desdobramento da Operação Lava Jato.
A ação mira ainda os
deputados estaduais Paulo Melo (PMDB) e Edson Albertassi (PMDB) e outras
dez pessoas por corrupção e outros crimes envolvendo a Alerj.
Os pedidos são da
segunda instância da Procuradoria da República. Há ordem para buscas no
gabinete de Jorge Picciani. Também estão na mira da operação o
empresário Jacob Barata Filho, o “Rei do Ônibus”, e o ex-presidente da
Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio
(Fetranspor) Lélis Teixeira.
O “Rei do Ônibus” e
Lélis Teixeira foram presos pela Operação Ponto Final em julho passado.
Por ordem do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF),
em agosto, os dois foram colocados em liberdade.
A família Picciani
foi um dos alvos do acordo de leniência da Carioca Engenharia em abril
do ano passado. A matemática Tania Maria Silva Fontenelle, ligada à
empreiteira, afirmou que comprou vacas superfaturadas da empresa de
Picciani – a Agrobilara Comércio e Participações Ltda – para “gerar
dinheiro em espécie” para a Carioca Engenharia. A PF suspeita que a
Agrobilara é usada para lavar o dinheiro da propina.
A executiva ligada à
Carioca afirmou que “simplesmente atendia as solicitações de obter
dinheiro em espécie e entregava a quem fazia a solicitação ou a pessoas
da empresa por eles indicadas”.
“Obviamente sabia que
a destinação dessas quantias era ilícita, para corrupção ou para doação
eleitoral não-declarada; que, entretanto, não manteve contabilidade ou
controle disso, pois estava há muitos anos na empresa, tinha a confiança
dos acionistas e eram recursos não oficiais que normalmente entregava
aos solicitantes”, declarou Tania Maria.
Defesas
A defesa de Jacob
Barata Filho não teve acesso ao teor da decisão que originou a operação
de hoje da Policia Federal e, por isso, não tem condições de se
manifestar a respeito. A defesa pedirá o restabelecimento das medidas
que foram ordenadas pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, que
já decidiu que a prisão preventiva do empresário é descabida e pode ser
substituída por medidas cautelares, que vêm sendo fielmente cumpridas
desde então. (Veja.com).
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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