O Brasil é um dos países onde mais matam ativistas gays no mundo! |
O Brasil é um dos países com o maior registro de mortes de ativistas dos
direitos humanos. Assisti ontem, num programa de Tv, que até agosto
deste ano, 58 defensores dos direitos humanos foram mortos. Em todo o
ano de 2016, foram 66 mortes. A maioria dos casos registrados entre
janeiro e agosto de 2017 envolve indígenas, trabalhadores rurais e
pessoas envolvidas com disputas de terra, território e luta pelo meio
ambiente. Estes números colocam o Brasil como um dos mais perigosos do
mundo para defensores e defensoras de direitos humanos. Quem defende o
meio ambiente contra o desmatamento ilegal e quem reivindica acesso à
terra para comunidades sem terra enfrenta os poderosos interesses
daqueles que exploram os recursos naturais e se opõem à reforma agrária.
O mais grave é que não há perspectiva de que a situação venha a
melhorar em médio ou longo prazos. As principais vítimas são defensores
dos direitos das mulheres, trabalhadores do sexo, do público LGBT, povos
indígenas, comunidades dominadas pelo crime organizado. Há também
agressões a jornalistas, profissionais da lei, ambientalistas e
sindicalistas. A impunidade e a falta de investigações e de
responsabilizações contra aqueles que praticam os crimes são como um
recado de que os defensores de DH podem ser atacados sem quaisquer
consequências. As mortes poderiam ser evitadas caso fossem adotadas
medidas visando priorizar o reconhecimento e a proteção dos defensores. O
Brasil é signatário de boa parte dos tratados e convenções
internacionais de direitos humanos. Como em outros casos, a intenção
fica apenas no papel. Enquanto esses compromissos não se traduzirem em
políticas concretas, continuaremos sempre como maus exemplos para o
resto do mundo.
VAL CABRAL
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