Por: Maria Reis Gonçalves
(Tia Nem)
Com a obrigatoriedade de se
apresentar programas de governo no ato de registro das candidaturas na Justiça
Eleitoral, nos cargos do executivo, muitos candidatos encontram certa
dificuldade, tendo em vista que muitos deles, nunca honraram os seus
compromissos de campanhas. O principal objetivo dessa norma é fazer com que os
candidatos se comprometam em cumprir as promessas feitas em campanhas. Se os amigos eleitores puxarem um pouco à
memória, irão lembrar de muitas das promessas que os poderes executivos,
legislativos, não cumpriram ao longo do período em que estiveram no mandato. No
entanto, essas mesmas pessoas retornam com as mesmas promessas e tentam
novamente ganhar a confiança do eleitor. Tenho defendido a criminalização das
promessas eleitorais, pois essas ações mentirosas tem causado grandes males
para a nossa sociedade.
As promessas de campanhas é
um tema que precisa, no mínimo, ser discutida por todos. Precisamos acabar com
essas campanhas eleitorais que se transformaram em uma verdadeira ficção, onde
a maioria dos candidatos nos tratam como se fossemos completamente idiotas,
pois assim que tomam posse, os candidatos cheios de boas intenções e grandes
feitos, retornam ao que eram antes e percebemos que mais uma vez estamos sendo
enganados de modo proposital, como se o povo não merecesse uma explicação pelos
seus atos como seu representante. Será
que temos que suportar tudo isso novamente? Eu, digo que não! Está chegando a
hora de tomarmos uma atitude drástica quanto a essa situação. Esses tipos de políticos
já passaram dos limites. Não queremos mais campanhas de marqueteiros, que usam
e abusam das mentiras para enganar os eleitores e assim elegerem os seus
clientes. Queremos vê as ideais dos próprios candidatos, dos partidos, e
principalmente, queremos ver os programas de governos de cada candidato que
postula o cargo do executivo, seja na esfera federal, estadual e municipal.
Queremos conhecer e discutir todos os projetos durante a campanha.
Infelizmente, o brasileiro é
de natureza infiel. Nos transformamos em compulsivos fazedores de promessas.
Alguém pode dizer que estou exagerando, que nem todos são assim, no entanto, aos que pensam dessa maneira, que
existem algumas exceções, eu peço que passe um breve olhar para a política em
período eleitoral. Todos sabem que possuímos dois modelos sociológicos
repudiados por nações politicamente organizadas: as promessas eleitoreiras e a
infidelidade partidária. Não tem como acreditar na seriedade ou compromisso com
a palavra dada ou empenhada pelo candidato em campanha. Dar-se a impressão que
ao adentrar na política, as primeiras coisas que o candidato aprende a fazer é
prometer e não cumprir. A promessa continua sendo o melhor produto do marketing
eleitoral. Nunca vi uma campanha eleitoral sem as promessas mirabolantes dos
candidatos e quanto mais estapafúrdia, mais o eleitor parece delirar.
Infelizmente, parece ter virado regra: não se ganha campanha sem as grandes
promessas, sem os reais para os gastos de pagamentos de cabos eleitorais,
acertos financeiros com as bases, etc.
Um amigo falou-me essa
semana que "a palavra está para o político como a linguagem está para o
direito." E verdade! A deturpação que se faz de cada um desses
instrumentos é o que mais prejudica o nosso povo. Logo começa o horário
eleitoral e os eventos políticos e, vamos começar a ouvir as promessas dos
candidatos. A nós eleitores, fica a parte que nos cabe, que é a difícil tarefa
de avaliarmos quem mente menos, entre eles. Lembrei-me do bardo William
Shakespeare que nos falou: "Contrabalançar promessas com promessas é estar
pesando o nada". E vamos esperar que apareça alguém que faça como nos
falou o grande iluminista frances Rousseau: "Quem mais demora a fazer uma
promessa é quem a cumpre mais rigorosamente." Vamos ficar atentos!
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