MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 21 de abril de 2018

A Rádio Arco-Íris, de Aécio e Andréia, era usada para lavagem de dinheiro


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Rádio tinha 12 carros, incluindo um Audi A6
Daniel Biasetto
O Globo

Citada pelo empresário Joesley Batista como intermediária para a mesada de R$ 50 mil da JBS ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), entre 2015 e 2017, a rádio Arco-Íris não constava nas declarações de bens do tucano até ele ter sua carteira de habilitação — vencida — apreendida em uma blitz da Lei Seca, no Leblon. Na madrugada do dia 17 de abril de 2011, Aécio foi parado quando dirigia o Land Rover placa HMA-1003. Após a apreensão do documento, verificou-se que o carro havia sido comprado em novembro de 2010 em nome da emissora. Aécio foi sócio da rádio e vendeu sua parte, em 2016, para a irmã Andrea Neves.
Três anos depois, durante a campanha presidencial de 2014, Aécio declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que detinha cotas da Arco Íris, afiliada da Jovem Pan, no valor de R$ 700 mil. Na declaração, ele discriminava o bem como forma de uma dívida que mantinha com a antiga dona da emissora, Inês Maria Neves Faria — sua mãe. Na mesma declaração, Aécio registrou a posse do veículo Land Rover Freelander ano 2012, avaliado em R$ 166.500.
PATRIMÔNIO – Em março deste ano, o jornal “Folha de S. Paulo” mostrou que o patrimônio declarado pelo senador triplicou após a eleição de 2014, na qual ele foi derrotado pela petista Dilma Rousseff. Saltou de R$ 2,5 milhões em 2015 para R$ 8 milhões em 2016.
Dois anos depois, em setembro de 2016, o tucano vendeu suas cotas na rádio Arco-Íris para outra sócia — sua irmã Andrea. Porém, o senador declarou ao Receita Federal, de acordo com jornal, que elas valiam R$ 6,6 milhões, quase dez vezes mais do que um ano antes.
Ao mesmo tempo, a mãe de Aécio perdoou a dívida com o filho. Os mesmos R$ 6,6 milhões foram declarados por Andrea em seu Imposto de Renda — cujo sigilo também foi quebrado pelo STF.
VERBA DO GOVERNO – A partir da informação de que o senador tucano era um dos proprietários da rádio Arco Íris, tendo inclusive outros carros em nome dela, o Ministério Público Estadual (MPE) de Minas Gerais abriu inquérito civil para investigar repasses do Palácio Tiradentes à emissora, entre 2003 e 2010, período em que Aécio governoui o estado. A irmã de Aécio, Andrea Neves, atualmente em prisão domiciliar, é citada no mesmo inquérito como a pessoa responsável pelos pagamentos da publicidade oficial e outros gastos com comunicação.
O governo admitiu ter feito repasses à emissora em 2010, mas afirmou que os pagamentos foram legítimos. Não satisfeita com a declaração, a oposição tentou em vão criar uma CPI sobre o caso na Assembleia Legislativa.
Em nota, a defesa do senador Aécio Neves classifica de “má-fé” o depoimento do empresário Joesley e o acusa de querer apenas manter seu acordo de delação premiada. Diz ainda que o tucano “jamais fez qualquer pedido ao delator” e que Joesley “se utiliza de uma relação comercial lícita mantida entre empresas de seu grupo e um veículo de forte inserção no mercado mineiro para forjar mais uma falsa acusação.”

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