MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 22 de abril de 2018

Grandes Brasileiros: Ford Galaxie LTD


Referência nacional de luxo, conforto e suavidade ao rodar, ele iniciou a era dos automáticos nacionais

QUATRO RODAS
Ford Galaxie LTD Com 5,40 metros, o LTD só ficava à vontade em garagem de mansão
Com 5,40 metros, o LTD só ficava à vontade em garagem de mansão (Marco de Bari/Quatro Rodas)
Nos anos 60, era fácil importar um sedã de luxo. Difícil era mantê-lo, dada a carência de peças de reposição e falta de mão de obra qualificada.
Mas havia uma alternativa para esse público: num Brasil cheio de Fusca e DKW, luxo era ter espaço interno generoso, rodar macio e motor forte.
Mas ainda era pouco diante dos importados, por isso a Ford decidiu enfrentá-los com um Galaxie mais potente e requintado: o LTD (Limited) fazia sua primeira aparição na linha 1969.
Ele ganhou o motor V-Block de 4,8 litros (e 190 cv) e foi o primeiro nacional a oferecer o câmbio automático. No interior, direção hidráulica, ar-condicionado, banco traseiro com apoio de braço central e apliques de jacarandá-da-baía nas portas e painel. Por fora, teto de vinil preto, grade redesenhada, frisos e emblemas exclusivos.
Ford Galaxie LTD O teto revestido de vinil dava um toque de exclusividade ao velho Galaxie
O teto revestido de vinil dava um toque de exclusividade ao velho Galaxie (Marco de Bari/Quatro Rodas)
Faltava apenas o aval dos especialistas: entre 1969 e 1971, o LTD passou pelo crivo dos pilotos Stirling Moss, Jackie Stewart, Colin Chapman e Emerson Fittipaldi, cujas avaliações foram publicadas na QUATRO RODAS.
Todos elogiaram conforto, silêncio e acabamento, mas não gostaram de freios, desempenho e estabilidade. O LTD não era feito para andar rápido, mas sim para ser curtido com calma, de preferência no banco de trás.
Ford Galaxie LTD Painel de instrumentos com velocímetro horizontal e um relógio logo acima do volante
Painel de instrumentos com velocímetro horizontal e um relógio logo acima do volante (Marco de Bari/Quatro Rodas)
Mesmo sem rivais no Brasil, a Ford não se acomodou: o Galaxie tornou-se ainda mais exclusivo em 1971, quando o LTD virou LTD Landau.
O vidro traseiro foi substituído por outro menor e a coluna traseira recebia um adorno simulando a dobradiça da capota basculante das carruagens de mesmo nome. Os freios passavam a ser servoassistidos, recebendo discos dianteiros apenas no ano seguinte.
Uma leve reestilização veio na linha 1973: lanternas trapezoidais e piscas inseridos em painéis metálicos que ladeavam a grade. Em 1976, viria a última mudança: os quatro faróis agora estavam na horizontal, com os piscas deslocados para as extremidades.
A traseira recebia seis lanternas, com a ré no para-choque, e as calotas agora eram lisas, ostentando o logotipo da Lincoln americana. O mesmo logotipo, só que na horizontal, ressurgia sobre o capô, como uma mira. Abaixo dele, um V8 5.0 de 199 cv.
Ford Galaxie LTD Para dar conta dos 1.834 kg, os 199 cv do V8 eram escassos
Para dar conta dos 1.834 kg, os 199 cv do V8 eram escassos (Marco de Bari/Quatro Rodas)
A partir desse ano, o LTD passa a ser o Galaxie intermediário, desvinculado do Landau: perde o vidro traseiro menor, porém é o único a permitir a escolha da cor do vinil do teto, preto ou areia. É desse ano o carro das fotos.
“Dos LTD, este era o top, já que contava com todos os opcionais, opção interessante por ser mais barato que o Landau básico, que não oferecia ar-condicionado e câmbio automático”, diz o colecionador Luiz Henrique Mangolin.
Ford Galaxie LTD Como todo sedã de luxo da época, não faltavam cromados
Como todo sedã de luxo da época, não faltavam cromados (Marco de Bari/Quatro Rodas)
Em 1979, o ar-condicionado era integrado ao painel, sem a enorme caixa evaporadora sob ele. Em 1980 estreava a versão a álcool: oferecia mais torque em baixa rotação e mais potência em alta, o que se traduziu em uma elasticidade ímpar.
Seu único problema era a autonomia, já que o consumo médio de 4,41 km/l secava logo o tanque de 107 litros.
Ford Galaxie LTD Capacidade de 700 litros no porta-malas, que só não era maior devido ao estepe
Capacidade de 700 litros no porta-malas, que só não era maior devido ao estepe (Marco de Bari/Quatro Rodas)
O LTD acabaria em 1981, logo após o fim do irmão pobre Galaxie 500. Todas as unidades produzidas naquele ano saíram da fábrica no bairro do Ipiranga, em São Paulo, com ar e câmbio automático. O irmão rico Landau permaneceria em linha até 1983, inigualado em maciez e espaço interno até hoje.

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