terça-feira, 6 de maio de 2025
Vendem-se ilusões no Ministério
Samuel Hanan*
No final de março, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, deu uma declaração contundente que obriga a análise profunda, tal o contraste com o sentimento do povo nas ruas. Afirmou a ministra: “Em toda a minha vida pública, mais de 25 anos de mandatos eletivos, nunca vi números tão positivos na economia do país, sobretudo da macroeconomia”. E continuou: ”Não me lembro de momento econômico tão bom e com números tão positivos obtidos rapidamente”.
A declaração aconteceu no programa Bom Dia Ministra, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e transmitido pelo canal gov, durante o qual a ministra destacou o maior número de pessoas com Carteira de Trabalho desde 2013 (sem, contudo, entrar no mérito da precariedade dos empregos), a política de valorização do salário-mínimo, e o crescimento econômico, tão expressivo por dois anos consecutivos e acima de 3,0% ao ano (2023 – governo Lula = 2,9% e 2024 = 3,4%), significando mais renda. É preciso destacar que, em 2022, portanto no governo anterior, o crescimento do PIB foi de 3,00%. Enalteceu também o governo com projeto que visa à melhoria da produtividade e da competitividade, importante no mundo atual.
Simone Tebet está rezando a cartilha escrita por Sidônio Pereira, o novo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, para quem as ações do governo precisam ser mais defendidas pelo primeiro escalão. A questão é que tanto entusiasmo com resultados econômicos e sociais tão expressivos se contrapõe à queda da popularidade e do nível de aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do governo do qual a ministra é expoente, conforme recentes pesquisas.
A análise de vários indicadores talvez dê as respostas para o nível de aprovação tão baixo e a falta de identificação com qualquer parâmetro que justifique comemoração, exceto o crescimento do PIB, mas nada excepcional, pois no último ano do governo anterior já foi de 3,0% e com tendência de crescimento.
A inflação é outro exemplo. Há dois anos consecutivos (2023 e 2024) a taxa de inflação anual, medida pelo IPCA, supera o teto da meta, compromisso do governo. A expectativa não é melhor. O terceiro ano do atual governo também sinaliza para o descumprimento da meta, e já ultrapassando 5% em 2025.
Como a inflação é perda do poder de compra da moeda, com reflexos nos preços dos alimentos em taxa de 7,42% (2024), superior à da média (4,82%), pode estar aí o início do descontentamento popular, diferentemente da celebração da ministra. Além disso, como inflação corrói a renda, sobretudo dos assalariados, a falta de correção das tabelas do imposto de renda ajuda a alimentar esse sentimento dos cidadãos.
Outra questão importante nesse cenário diz respeito à taxa de juros. A inflação acima da meta por vários anos consecutivos tem levado o mercado a entender como descontrole ou falta de interesse do governo em controlar e cortar despesas, medida que ajudaria o Banco Central a reduzir os juros, trazendo a inflação para mais perto da meta. Esse comportamento vem provocando danos de grande porte na economia do país e das pessoas
físicas de todas as classes sociais. O endividamento ficou muito mais caro, inclusive para investimentos do setor privado.
Os efeitos são extremamente danosos. Hoje, a taxa Selic de 14,25% .a.a., com viés de alta para 14,75%, ou mesmo de 15% ao ano, reduz a capacidade de investimentos do governo e, em consequência, afeta a qualidade dos serviços essenciais devolvidos à população, como saúde, educação, segurança e habitação.
Para maior entendimento do dano já causado pelos juros altos, convém lembrar que em 19/06/2024 a taxa definida pelo Copom era de 10,50% e agora, 10 meses depois, a Selic está 3,75 pontos percentuais acima. Isso significa que, para a dívida pública federal de R$ 7,50 trilhões, há o comprometimento adicional de R$ 280 bilhões/ano. Ou seja, hoje a elevação dos juros adiciona mensalmente R$ 25 bilhões ao valor já comprometido com o pagamento da dívida.
O estrago se estende ainda para as pessoas físicas, sobretudo das classes C e D, que sonham com a compra do primeiro imóvel. Em 2023, a taxa de financiamento de imóvel para pessoas de baixa renda, praticada pela Caixa Econômica Federal, era de R$ 8,90%, mais TR, e hoje já é de 11,29% mais TR. Fica proibitido para os assalariados comprometerem e assumirem ônus de tal magnitude. Vale lembrar, ainda, que a inflação está alta, mas mesmo assim, abaixo de 5% ao ano, e que os grandes bancos privados já estão cobrando juros de 13,80% a 14,20% ao ano.
A carga tributária praticada pelo governo é outro problema grave. Em 2024, atingiu o correspondente a 32,3% do PIB, uma das mais altas cargas dos ultimos 15 anos. Não há dúvida de que os sucessivos aumentos dos tributos desagradam a todos os contribuintes, principalmente porque a população não recebe a contrapartida em serviços públicos de qualidade.
O reajuste do salário-mínimo, anunciado como parte do “pacote de bondades” do governo, empenhado em melhorar sua imagem, esconde
uma realidade bem diferente. É preciso lembrar que a alteração da lei que estabelece a nova fórmula de cálculo do reajuste anual do salário-mínimo sancionado em 27/12/2024 assegura reajuste real acima da inflação, com um mínimo de 0,6% e limita-o a 2,5%, condicionado ao cumprimento de metas do governo federal. Tudo para vigorar por cinco anos, entre 01/01/2025 e 2029.
A propaganda oficial busca demonstrando o cuidado do governo em proteger o trabalhador, garantindo o mínimo de 0,6% de reajuste. A verdade é outra, porque na realidade limitou a 2,5% e assim mesmo, sabendo-se que dos cinco anos previstos na lei (2025 a 2029), nos dois primeiros anos (2025 e 2026), com os parâmetros já definidos e conhecidos, o assalariado já sairá perdendo, pois em 2025 o ganho real pela fórmula anterior seria de 2,9% e não 2,5%, ou seja, há uma perda de 0,4 ponto percentual. Em 2026, a perda será ainda maior, pois o reajuste deveria ser de 3,4%, não os estimados 2,5%, e mesmo assim, sobre a base de 2025, já subtraída em 0,4 p.p.
Com a nova sistemática, em 2025 a perda será de R$ 5,27/mês porque o salário-mínimo é de R$ 1.518,00, quando deveria ser de R$ 1.523,27. No ano, o trabalhador receberá R$ 68,51 a menos. Em 2026, mais prejuízo. O salário que seria de R$ 1.651,29 pela base de cálculo antiga, será de R$ 1.632,85, isto é, R$ 18,44 a menos por mês, ou menos R$ 239,72 no ano.
Por conta disso, para 2027 é possível antever nova perda, ainda a ser quantificada, mas seguramente os aposentados, pensionistas, beneficiários do BPC (Benefício de Prestação Continuada) e os trabalhadores do setor privado que ganham apenas um salário-mínimo mensal verão suas mesas esvaziadas de muitos quilos de arroz e feijão. Fruto da desnecessária restrição limitadora do reajuste do salário-mínimo. Mais de 33% da população sofrerá com essa alteração da legislação.
Nem o Bolsa Família vai escapar. O maior programa social do governo, com mais de 20 milhões de famílias beneficiárias, também foi atingido, pois seu valor não foi corrigido pela inflação de 2024, de 4,84%. Sem esse índice, as
perdas para os beneficiários em 2025 somam R$ 33,12/mês, ou R$ 397,42 no ano.
Tudo isso mostra que o país real, o Brasil dos trabalhadores, não é e nem pode ser a nação celebrada pela ministra Tebet. É triste saber que existem dois Brasis. Um fantástico e pouco noticiado - o dos setores de óleo e gás, agrobusiness - alimentos e mineral que, juntos respondem por cerca de 43% a 45% do PIB, 70% das exportações e mais de 200% do saldo da balança comercial brasileira. Outro, vergonhoso, escancarado pelos baixíssimos indicadores sociais como Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), coeficiente Gini (Educação), Índice de Retorno de Bem Estar Social (IRBES), Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), todos em queda livre ou estagnados há mais de uma década.
E como se não bastasse, ainda assombra o país o fantasma da corrupção não combatida com a necessária prioridade, a ponto de analistas internacionais encararem essa leniência como tolerância à impunidade.
Sigmund Freud (1856-1939), o pai da psicanálise, é autor de um pensamento que cabe bem nessa ocasião: “As massas nunca tiveram sede de verdade, elas querem ilusão e não vivem sem elas”. A ministra Simone Tebet está contribuindo para confirmar essa máxima.
*Samuel Hanan é engenheiro com especialização nas áreas de macroeconomia, administração de empresas e finanças, empresário, e foi vice-governador do Amazonas (1999-2002). Autor dos livros “Brasil, um país à deriva” e “Caminhos para um país sem rumo”. Site: https://samuelhanan.com.br
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Acelerando o saneamento em tempos de crise e o desafio da universalização
Acelerando o saneamento em tempos de crise e o desafio da universalização
Por André Ricardo Telles*
Imagine viver em uma cidade onde, após uma enchente devastadora, a única água disponível para beber está contaminada. Essa é a realidade de milhares de brasileiros que enfrentam tragédias naturais todos os anos. O saneamento básico, que deveria ser um direito garantido, ainda é um desafio para muitas comunidades, e a falta dele agrava os impactos das crises ambientais.
Recentemente, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto que permite agilizar obras de saneamento em casos de calamidade pública. Essa medida é fundamental, mas levanta uma questão importante: por que precisamos esperar uma crise para agir?
O Marco Legal do Saneamento estabeleceu metas ambiciosas: até 2033, 99% da população deve ter acesso à água potável e 90% ao tratamento de esgoto. Porém, a realidade mostra que ainda estamos longe desse objetivo.
Atualmente, mais de 30 milhões de brasileiros não têm acesso à água tratada e quase metade da população não conta com coleta de esgoto. Esse cenário não pode ser normalizado e expõe a fragilidade da infraestrutura atual e tornam urgente a implementação de medidas mais ágeis.
Os gestores públicos têm a responsabilidade de garantir a aplicação eficiente dos recursos, fortalecer a regulação e viabilizar parcerias com o setor privado para acelerar a universalização do saneamento. Além disso, precisam enfrentar desafios como a modernização de sistemas defasados, a redução do desperdício de água e a adoção de soluções tecnológicas que otimizem o uso dos mananciais.
O avanço do saneamento precisa ser tratado como prioridade antes que tragédias aconteçam. Obras emergenciais são importantes, mas não podem ser a única solução. Precisamos de planejamento estratégico, políticas públicas bem estruturadas, investimentos contínuos e maior participação do setor privado para garantir que as exigências do Marco Legal sejam atendidas dentro do prazo. O país não pode esperar uma calamidade para agir.
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), por exemplo, tem implementado projetos para cumprir as metas estabelecidas pelo Marco Legal do Saneamento. A Companhia, inclusive, pretende assegurar a universalização dos serviços até 2029, quatro anos antes do prazo estabelecido pelos órgãos governamentais.
Para 2025, a Sabesp planeja investir R$ 4,7 bilhões em diversas iniciativas voltadas à modernização e expansão dos serviços de saneamento. Os recursos serão direcionados para programas como o Água Legal, além da renovação de equipamentos, automação de processos, melhoria da eficiência energética e ampliação das redes de abastecimento de água e coleta de esgoto. Essas inovações visam otimizar a operação do sistema e reduzir perdas, garantindo maior eficiência e qualidade no atendimento à população.
Agir com eficiência não significa buscar apenas soluções paliativas, mas sim investir em infraestrutura duradoura que previna futuras crises.
Para isso, a empresa também tem buscado expandir sua atuação por meio de concessões e parcerias público-privadas, que podem ser uma aliada nesse processo, trazendo tecnologia, expertise e recursos para acelerar o avanço do saneamento.
Quando garantimos acesso à água potável e ao tratamento de esgoto, reduzimos doenças, aumentamos a qualidade de vida e promovemos um crescimento sustentável para o país.
É hora de mudar a mentalidade e parar de tratar o saneamento como um problema secundário. A universalização não pode ser um sonho distante – deve ser uma realidade construída agora. Afinal, não há desenvolvimento sem água e saneamento para todos.
*André Ricardo Telles é CEO da Ecosan, empresa de soluções sustentáveis para o tratamento de água e recuperação de efluentes. Pós-Graduado em Inovação na Universidade CUOA na Itália, com MBA pela FGV, Telles já publicou livros no Vale do Silício pela IBM-USA e está à frente de inovações que transformam desafios ambientais em soluções de engenharia eficientes e sustentáveis.
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Sobre a Ecosan
Atuando desde 1983, a ECOSAN é referência em soluções para tratamento primário e secundário de efluentes domésticos e industriais. Com mais de 68 mil equipamentos e sistemas implementados em países da América Latina e África, a empresa se destaca pelo uso de tecnologias avançadas e um compromisso consistente aos princípios ESG. Agora premiada internacionalmente pelo The Bizz Awards, a Ecosan segue comprometida com a excelência e o desenvolvimento sustentável, visando sempre gerar impactos positivos nas comunidades e indústrias onde atua. https://ecosan.com/
Salma Catherine - Vervi Assessoria
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Episol Sec Acqua: o protetor solar fluido que a pele oleosa tanto esperava
Com FPS 60 e ação antioleosidade de 12 horas, novo protetor solar da Mantecorp Skincare combina ciência, praticidade e alta performance, disponível em versões com e sem cor | |
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A Mantecorp Skincare, marca mais recomendada por dermatologistas no Brasil, apresenta o Episol Sec Acqua, nova opção da sublinha Sec — tradicionalmente conhecida pela família Sec OC em versão gel-creme —, agora em textura fluida desenvolvida especialmente para peles oleosas.. Com toque ultraleve, rápida absorção e acabamento aveludado, o lançamento oferece controle da oleosidade por 12 horas, além de hidratação na medida certa para esse tipo de perfil cutâneo. Com FPS 60, a novidade garante proteção imediata contra raios UVA, UVB, luz visível (incluindo a luz azul emitida por telas) e danos causados pela radiação infravermelha, graças ao sistema Infrared Defense, que também atua como antioxidante. Além disso, reduz a aparência dos poros, oferece efeito antipoluição, é resistente à água e ao suor, e pode ser aplicado sobre a pele molhada sem escorrer nos olhos — ideal para atividades ao ar livre e rotinas dinâmicas. Sua fórmula é não comedogênica e não acnegênica, ou seja, não obstrui os poros e nem causa espinhas, oferecendo mais segurança para peles acneicas e sensíveis. Entre os diferenciais do produto, destaca-se o exclusivo complexo CentiSilic, que combina Centella Asiática, sílicas e silício para estimular a produção de colágeno, acalmar peles acneicas e fortalecer a barreira cutânea, além de ácido hialurônico em dois pesos moleculares, o que assegura hidratação em diferentes camadas da pele, sem pesar. O Episol Sec Acqua chega às gôndolas em quatro versões: sem cor e com cor — nas tonalidades claro, médio e médio-escuro —, que uniformizam o tom da pele e suavizam imperfeições de forma natural. A nova fórmula também é uma resposta à alta demanda por soluções eficazes e multifuncionais com sensorial agradável, visto que a categoria de fotoproteção com textura fluida é a que mais cresce no mercado voltado à pele oleosa, assumindo assim um papel central na rotina de cuidados, ao combinar ciência, leveza e praticidade em uma única aplicação. O novo Episol Sec Acqua já está disponível nas principais drogarias do Brasil e no e-commerce da marca. Sobre Mantecorp Skincare Com mais de 40 anos de história no mercado dermatológico, a Mantecorp Skincare entende as necessidades da pele brasileira e desenvolve produtos com eficácia comprovada e experiência sensorial única, com função de proteger, recuperar e melhorar a saúde da pele. A marca, mais prescrita pelos dermatologistas no Brasil, conta com mais de 100 produtos e diversos projetos. Assim, firma-se no DNA da dermatologia nacional pelo compromisso em comprovações científicas por meio dos mais avançados testes e estudos clínicos, garantindo eficácia e segurança de seus produtos e levando confiabilidade para a prescrição da classe médica. Para conhecer mais sobre a Mantecorp Skincare, visite o site www.mantecorpskincare.com.br, Facebook www.facebook.com/MantecorpSkincareOficial e Instagram: @mantecorpskincare. Descubra a rotina ideal para sua pele em https://www.mantecorpskincare.com.br/quiz. Informações à imprensa: MktMix Assessoria de Comunicação | www.mktmix.com.br Débora Romanini | debora.romanini@mktmix.com.br Giula Zanovello | giulia.zanovello@mktmix.com.br Milena Marcelino l milena.marcelino@mktmix.com.br Hypera Pharma | imprensa@hypera.com.br |
Brasil registra queda de 8,02% na mortalidade infantil em um período de três anos
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O que esperar da Selic?
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Especialista em Mercado Financeiro na Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI), Hudson Bessa. Divulgação | |
Nesta quarta-feira, o Copom anuncia a nova taxa Selic que vigorará pelos próximos 45 dias. A princípio, não há expectativa de surpresa: a ampla maioria dos analistas e economistas aposta em um aumento de 0,5 ponto percentual, o que elevará a taxa ao patamar de 14,75%. As expectativas de inflação, segundo o Relatório Focus, permanecem em torno de 5,5% — aproximadamente 1 ponto percentual acima do teto da meta estabelecida. Apesar do cenário desfavorável, as projeções vêm recuando vagarosamente nas últimas três semanas, o que pode ser considerado um sinal positivo, dado o forte processo de deterioração das expectativas observado desde o final de 2024. Fatores de influênciaAlguns elementos vêm contribuindo para a discreta melhora no quadro inflacionário brasileiro. No cenário internacional, o anúncio do plano de tarifas recíprocas — conhecido como “Dia da Libertação” — causou um choque nos mercados globais. Com aumentos expressivos para diversos países, da ordem de 25%, e tarifas extremas, de até 245%, entre Estados Unidos e China, o mundo reagiu com apreensão. Investidores iniciaram uma forte liquidação de títulos da dívida americana, provocando uma disparada na volatilidade dos mercados. Diante desse cenário, o presidente Trump recuou parcialmente, suspendendo a aplicação de tarifas por 90 dias — com exceção da China —, o que trouxe algum alívio global e contribuiu para a desvalorização do dólar. Para o Brasil, o impacto foi especialmente positivo. Como o país foi enquadrado na alíquota mais baixa, de 10%, passou a ser visto como uma alternativa estratégica para suprir parte das exportações americanas de grãos. Isso tem impulsionado ainda mais o real frente ao dólar. Ainda assim, o ambiente permanece instável: qualquer notícia, fato ou boato pode reacender a volatilidade. Apesar do momento externo relativamente favorável e do câmbio ajudar, os fatores domésticos continuam fragilizados. O cenário brasileiroA questão fiscal continua sendo o principal ponto de atenção. A recente divulgação do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) para 2026 gerou apreensão ao expor uma forte restrição orçamentária já para 2027 — com risco, inclusive, de paralisação da máquina pública. Apesar do impacto negativo, o mercado já antecipava esse quadro, o que ajudou a amortecer os efeitos da notícia. Por outro lado, os dados mais recentes indicam perda de fôlego na criação de empregos em relação ao ano anterior, retração moderada nos gastos do governo, arrefecimento do consumo das famílias e leve desaceleração da inflação. Diante desse contexto — com o cenário internacional em compasso de espera e os sinais domésticos oscilando entre retração da demanda e fragilidade fiscal — o Copom deve reduzir o ritmo de aperto monetário, passando de 1 ponto percentual para 0,5 ponto percentual. Segundo o Relatório Focus, a taxa Selic de 14,75% deve ser mantida até o final do ano. Maik Uchoa E-mail: maik.uchoa@nacomunicacao.com.br Telefone: (11) 91766-4078
Rômulo Pontes E-mail: romulo.pontes@nacomunicacao.com.br Telefone: (11) 96228-8966 |
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